Família Muffato compra 10% do Assaí

O Grupo Irmãos Muffato, dono das bandeiras Super Muffato e Max Atacadista, realizou uma movimentação estratégica no mercado financeiro, adquirindo uma participação relevante na concorrente direta, Assaí Atacadista.

Foto em plano aberto mostra a fachada noturna de uma loja Assaí Atacadista. O letreiro principal, grande e azul, com o nome "ASSAÍ ATACADISTA" é o ponto focal.
A fachada iluminada de uma loja Assaí à noite, simbolizando o palco da guerra de atacarejo que se intensificou após o Grupo Irmãos Muffato adquirir 10% das ações da rival.

O mercado brasileiro de varejo alimentar, especialmente o segmento de atacarejo (atacado de autosserviço), protagonizou um movimento financeiro de peso nesta quinta-feira (27). Fundos ligados aos irmãos Ederson e Everton Muffato, controladores do Grupo Irmãos Muffato, comunicaram ao mercado a aquisição de uma participação acionária relevante no Assaí Atacadista (ASAI3). Com a operação, que envolveu a compra de ações no mercado e a utilização de instrumentos como Total Return Swaps (TRS), o Grupo Muffato passa a deter 10,26% do capital social do Assaí, tornando-se o segundo maior acionista individual da rede, atrás apenas da gestora Orbis. A manobra coloca a Assaí Irmão Muffato disputa em um novo patamar, transformando um concorrente direto em um investidor estratégico.

A notícia, que pegou analistas de surpresa, reflete a intensa guerra de mercado que se desenrola no setor, onde a expansão acelerada é a regra. O Grupo Irmãos Muffato, com suas bandeiras Super Muffato (supermercados) e Max Atacadista (atacarejo), consolidou-se como a sexta maior empresa do varejo alimentar no Brasil e tem uma forte presença nos estados do Paraná e São Paulo, regiões onde o Assaí também atua com grande capilaridade. O fato de que a Assaí Irmão Muffato disputa se expande agora para a mesa de acionistas de uma das empresas mais relevantes do setor levanta questões sobre os limites da competição e as futuras ambições do grupo paranaense.

A crítica de mercado financeiro avalia que, embora o comunicado oficial dos Muffato afirme que o investimento é estritamente financeiro, a aquisição é uma jogada estratégica de mestre. Ela permite aos Muffato monitorar de perto a gestão e os resultados da maior rival em seu principal campo de batalha. O movimento acontece em um momento em que a valorização das ações do Assaí estava atrativa, o que sugere um timing perfeito para o investimento. A aquisição, no entanto, deve ser submetida à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para análise de eventuais impactos concorrenciais, dado o poder de mercado de ambas as empresas.

A estratégia de investimento por trás da Assaí Irmão Muffato disputa

A forma como a participação acionária foi construída sugere um planejamento cuidadoso por parte da família Muffato. O investimento foi realizado principalmente através de fundos, incluindo o Snapper Rocks, que vem aumentando sua posição no Assaí desde o início do ano. A utilização de instrumentos derivativos (Total Return Swaps) permitiu aos Muffato construir a posição de 10% de forma mais discreta, evitando chamar a atenção do mercado e de grandes investidores institucionais até o momento do anúncio formal.

A motivação declarada por Ederson e Everton Muffato é que a aquisição faz parte de uma estratégia de investimento puramente financeiro. A empresa reitera que não há intenção de alterar a composição do controle acionário ou a estrutura administrativa do Assaí. No entanto, o mercado interpreta essa declaração com cautela. A experiência e o conhecimento profundo dos Muffato no varejo, juntamente com a sua posição de acionistas de peso, lhes dão uma voz e uma capacidade de lobby significativas, caso queiram exercer alguma influência futura.

A aquisição no meio da Assaí Irmão Muffato disputa pode ser interpretada de duas maneiras: a primeira é puramente oportunista, aproveitando a subavaliação das ações (que estavam sendo negociadas na casa dos R$ 7,00) para um investimento de longo prazo. A segunda, e mais agressiva, é um movimento tático. Ao se tornarem acionistas relevantes, eles obtêm acesso a informações privilegiadas sobre as operações, expansões e estratégias financeiras do Assaí, o que é de valor inestimável para a gestão de seu próprio negócio de atacarejo, o Max Atacadista.

O papel do CADE na análise da Assaí Irmão Muffato disputa

Um dos pontos mais sensíveis da operação é a necessidade de aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Dada a forte competição regional entre as duas redes, e o fato de o Assaí ser uma corporation (sem acionista controlador definido), a entrada de um concorrente direto com mais de 10% do capital é um evento que exige uma análise rigorosa do órgão antitruste.

O CADE avaliará se a exposição econômica dos Muffato no Assaí pode resultar em algum tipo de poder de influência, troca de informações sensíveis que prejudiquem a concorrência, ou se há risco de movimentos coordenados no mercado. A Assaí Irmão Muffato disputa está centrada em preços e expansão territorial, e qualquer ação que limite essa competição será vista com desconfiança pelo órgão regulador. A lei brasileira exige que fundos ou pessoas que ultrapassem determinado patamar acionário em empresas concorrentes submetam o caso à análise, especialmente quando há potencial para interlocking (o cruzamento de diretores ou conselheiros).

Analistas jurídicos indicam que, se os Muffato tentarem pleitear uma cadeira no Conselho de Administração do Assaí, a aprovação do CADE será muito mais difícil, ou até inviabilizada, a menos que seja demonstrado que o Grupo Muffato se retirará da gestão de sua própria rede de atacarejo. Até que o CADE se pronuncie, o investimento é considerado uma posição acionária passiva, mas a sombra da Assaí Irmão Muffato disputa paira sobre o processo de análise.

O que muda na concorrência regional após a Assaí Irmão Muffato disputa

A verdadeira guerra entre Assaí e Irmãos Muffato se dá nas ruas e nos estacionamentos dos grandes centros urbanos, principalmente no Paraná e no interior de São Paulo. O Grupo Muffato tem investido pesadamente na conversão de antigas lojas do Makro para a bandeira Max Atacadista, intensificando a presença justamente nas áreas de domínio do Assaí. A Assaí Irmão Muffato disputa territorial é acirrada, com ambas as redes brigando por pontos estratégicos e clientes.

Com a entrada dos Muffato no capital do Assaí, a concorrência não cessa, mas ganha um elemento de pressão interna. Os Irmãos Muffato agora têm um interesse direto na valorização das ações do Assaí, o que, teoricamente, poderia levar a uma moderação na competição predatória de preços. No entanto, é mais provável que a disputa continue intensa, pois a prioridade de ambas as gestões é a expansão e o faturamento de suas próprias redes de lojas.

O movimento acionário é um aviso claro de que o Muffato está jogando em um novo campo. A Assaí Irmão Muffato disputa mostra que os players regionais e familiares estão se capitalizando e utilizando o mercado financeiro como arma estratégica. A presença do Muffato no capital do Assaí reforça o olhar do mercado sobre o segmento de atacarejo, que continua sendo o motor de crescimento do varejo alimentar brasileiro.

O peso da poison pill no futuro da Assaí Irmão Muffato disputa

O estatuto do Assaí Atacadista possui uma cláusula de poison pill (pílula de veneno), um mecanismo de defesa comum em corporations com capital pulverizado. Essa cláusula obriga qualquer acionista que atinja 25% do capital social a fazer uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) pela totalidade da empresa, pagando um prêmio de 25% sobre a média do preço do papel nos últimos meses.

O fato de os Irmãos Muffato terem parado em 10,26% mostra um respeito (e um limite) claro ao mecanismo de poison pill. Ultrapassar essa barreira para se aproximar dos 25% seria um movimento extremamente caro e que sinalizaria uma intenção de tomar o controle da empresa. O atual nível de participação evita essa obrigação, mantendo o investimento no campo estritamente financeiro (e passivo).

A Assaí Irmão Muffato disputa, portanto, está contida. Ela é agressiva no varejo e estratégica no mercado de ações, mas, por ora, não é uma tentativa hostil de aquisição. O controle do Assaí permanece nas mãos de acionistas pulverizados. A movimentação dos Muffato, contudo, serve como um alerta para os demais investidores e para a própria gestão do Assaí sobre o apetite dos concorrentes regionais. A próxima reunião do CADE será fundamental para confirmar o formato final dessa nova e complexa relação entre dois gigantes do atacarejo nacional.

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