Rômulo Estrela problema cardíaco há 17 anos

Galã de Três Graças foi diagnosticado com arritmia cardíaca durante exames para se tornar piloto desportivo e precisou passar por duas ablações por cateter antes de levar tratamento a sério e alcançar vida normal sem uso de remédios

Rômulo Estrela posando em cenário externo vestindo jaqueta de couro marrom
Ator foi diagnosticado aos 24 anos com arritmia cardíaca durante exames para se tornar piloto, realizou duas cirurgias de ablação e hoje mantém vida saudável sem uso de remédios

Rômulo Estrela retorna às telinhas como protagonista de Três Graças esbanjando energia e boa forma física. Porém, poucos se lembram que o ator enfrentou um susto de saúde há quase duas décadas. Aos 24 anos, ele descobriu ter fibrilação atrial, tipo de arritmia cardíaca que exigiu duas cirurgias para correção. O diagnóstico inesperado mudou completamente os planos do jovem que sonhava em se tornar piloto desportivo.

A descoberta aconteceu durante uma bateria de exames médicos exigidos para a formação de pilotos no Hospital da Aeronáutica. Rômulo estava no auge da forma física e praticava jiu-jítsu profissionalmente quando recebeu a notícia chocante. Sem apresentar qualquer sintoma aparente, o ator foi surpreendido pela revelação da cardiologista que o atendeu naquele dia fatídico.

Diagnóstico inesperado muda vida do ator

Durante entrevista ao programa Altas Horas em março de 2018, Rômulo relembrou o momento traumático da descoberta. A médica informou que ele poderia sair do hospital, mas deveria se dirigir imediatamente a uma emergência por conta da gravidade do problema. O ator estava acompanhado do pai quando recebeu o diagnóstico, e ambos foram pegos completamente de surpresa pela situação.

A fibrilação atrial é caracterizada por batimentos cardíacos rápidos e irregulares que comprometem o fluxo sanguíneo. Segundo especialistas, a condição altera a transmissão de impulsos nas cavidades superiores do coração, prejudicando a capacidade de contração dos átrios. Consequentemente, o bombeamento de sangue para os ventrículos fica comprometido, gerando riscos graves para o paciente.

Os perigos associados à fibrilação atrial vão além das palpitações irregulares e da fadiga. O transporte sanguíneo lento aumenta significativamente o risco de formação de coágulos dentro do coração. Esses coágulos podem se desprender e obstruir vasos importantes, provocando acidente vascular cerebral e diversos tipos de trombose. Em casos extremos, a condição não tratada pode levar à morte súbita.

Duas cirurgias para corrigir problema

Rômulo foi submetido à primeira cirurgia de ablação por cateter no Rio de Janeiro. O procedimento visa corrigir os impulsos elétricos anormais que causam a arritmia, normalizando os batimentos cardíacos. No entanto, logo após a primeira cirurgia, o ator viajou para morar fora do Brasil e acabou negligenciando a continuidade do tratamento médico recomendado.

O descuido com a saúde teve consequências diretas. Quando retornou ao Brasil, a fibrilação atrial voltou a se manifestar, obrigando Rômulo a se submeter a uma segunda cirurgia. Desta vez, o procedimento foi realizado em São Paulo e o ator decidiu levar o tratamento muito mais a sério. A motivação principal veio do alerta médico de que, sem cuidados adequados, ele precisaria tomar medicação pelo resto da vida.

A ideia de dependência medicamentosa assustou profundamente o jovem ator. Rômulo confessou ter verdadeiro pânico de precisar tomar remédios diariamente para o resto da vida. Essa preocupação o levou a seguir rigorosamente todas as orientações médicas após a segunda cirurgia. O esforço e a disciplina valeram a pena, pois atualmente ele vive completamente livre de qualquer medicação.

Mudanças no estilo de vida

O susto com a saúde provocou reflexões profundas sobre hábitos e escolhas cotidianas. Durante participação no Altas Horas, Rômulo deixou um alerta importante sobre excessos. Segundo ele, álcool, cigarro, estresse do trabalho e rotina intensa podem refletir negativamente tanto no físico quanto na saúde mental. A incapacidade de dosar essas coisas acaba gerando consequências sérias para o organismo.

O ator passou a dar mais importância ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Apesar de ser extremamente dedicado à carreira, ele aprendeu que trabalhar 24 horas por dia e viver constantemente sob estresse representa risco real à saúde. Essa percepção o ajudou a estabelecer limites mais saudáveis em sua rotina, priorizando momentos de descanso e lazer.

Causas da fibrilação atrial

De acordo com cardiologistas consultados pela imprensa, as causas da fibrilação atrial podem variar consideravelmente. Hipertensão arterial, doenças das válvulas cardíacas, uso excessivo de álcool, apneia do sono e estresse crônico figuram entre os principais fatores de risco. No entanto, também existem casos idiopáticos, quando a pessoa desenvolve arritmia sem causa aparente.

O caso de Rômulo Estrela se enquadra justamente nesta categoria de diagnóstico idiopático. Por isso, o cardiologista Dr. Raphael Boesche Guimarães reforça a importância do check-up cardiovascular regular, mesmo em pessoas jovens e aparentemente saudáveis. A detecção precoce pode fazer diferença crucial no tratamento e no prognóstico da condição.

Alguns fatores de saúde contribuem para aumentar a probabilidade de desenvolver fibrilação atrial. Presença prévia de insuficiência cardíaca, idade superior a 65 anos e apneia do sono estão entre os principais. Entretanto, como demonstra a história do ator, jovens sem histórico de problemas cardíacos também podem ser surpreendidos pelo diagnóstico durante exames de rotina.

Sintomas silenciosos da doença

Um aspecto particularmente perigoso da fibrilação atrial é que os sintomas podem ser extremamente silenciosos. Muitos pacientes, assim como Rômulo, não apresentam sinais aparentes da condição e só descobrem o problema durante exames médicos realizados por outros motivos. Essa característica silenciosa torna a arritmia ainda mais perigosa para quem não faz acompanhamento médico regular.

Quando sintomas se manifestam, os mais comuns incluem palpitações irregulares, fadiga constante, falta de ar e sensação de desconforto no peito. Alguns pacientes relatam sentir como se o coração estivesse “pulando batidas” ou acelerando sem motivo aparente. No entanto, a ausência desses sintomas não significa ausência da doença.

O diagnóstico é feito principalmente através do eletrocardiograma, exame que registra a atividade elétrica do coração. Adicionalmente, médicos costumam solicitar ecocardiograma, ultrassonografia que permite avaliar válvulas cardíacas e verificar presença de coágulos. Esses exames são essenciais para determinar a gravidade da condição e definir a melhor estratégia de tratamento.

Tratamento varia conforme o caso

As opções de tratamento para fibrilação atrial variam significativamente conforme a condição específica de cada paciente. Alguns casos exigem cirurgia de ablação por cateter, como aconteceu com Rômulo. Outros pacientes conseguem controlar a arritmia apenas com medicação adequada. Há ainda situações que demandam mudanças no estilo de vida combinadas com acompanhamento médico rigoroso.

A cirurgia de ablação por cateter consiste em introduzir um cateter através dos vasos sanguíneos até o coração. Uma vez posicionado corretamente, o dispositivo emite energia que destrói pequenas áreas de tecido cardíaco responsáveis pelos impulsos elétricos anormais. O procedimento tem altas taxas de sucesso, especialmente quando o paciente segue corretamente as orientações médicas no pós-operatório.

Carreira não foi prejudicada

Apesar do susto inicial, o problema cardíaco não impediu Rômulo de construir carreira sólida como ator. Ele participou de diversas novelas de sucesso da TV Globo, incluindo Novo Mundo, Bom Sucesso, Verdades Secretas 2, Travessia e agora Três Graças. Sua versatilidade como intérprete o consolidou como um dos atores mais requisitados de sua geração.

Curiosamente, durante as gravações de Bom Sucesso em 2019, Rômulo interpretou personagem cujo pai enfrentava doença terminal. O ator revelou que pensou muito em seu próprio período de medo e incerteza ao receber o diagnóstico cardíaco. Essa experiência pessoal trouxe profundidade emocional à sua atuação, tornando as cenas mais verdadeiras e impactantes.

Conscientização sobre saúde cardíaca

Especialistas apontam que casos como o de Rômulo Estrela são importantes para aumentar a conscientização pública. Quando uma pessoa conhecida fala abertamente sobre diagnóstico de arritmia, isso ajuda o público a entender que qualquer um pode ter o problema. A mensagem incentiva as pessoas a procurarem diagnóstico precoce e a levarem a saúde cardíaca mais a sério.

O Dr. Elzo Mattar, especialista em clínica médica e cardiologia, reforça que mesmo arritmias silenciosas podem ser perigosas. Algumas aumentam o risco de AVC ou até de morte súbita, por isso precisam ser levadas a sério. O acompanhamento médico regular e a realização de check-ups cardiovasculares são fundamentais, especialmente para pessoas com histórico familiar de problemas cardíacos.

Atualmente aos 41 anos, Rômulo Estrela mantém rotina de exercícios físicos regular e alimentação balanceada. Ele continua praticando jiu-jítsu, modalidade que começou na adolescência e na qual chegou a competir profissionalmente. A disciplina adquirida no esporte marcial ajuda o ator a manter consistência nos cuidados com a saúde física e mental.

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