Adrian Newey vira chefe da Aston Martin hoje

Aston Martin promove engenheiro britânico a chefe de equipe para temporada 2026. Andy Cowell deixa comando e assume diretoria estratégica. Mudança ocorre antes das maiores alterações regulamentares da categoria em uma década.

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Adrian Newey usando headset da Red Bull Racing durante corrida de Fórmula 1, antes de sua transferência para Aston Martin
Adrian Newey durante sua passagem pela Red Bull Racing, onde conquistou múltiplos títulos mundiais antes de ser anunciado como novo chefe de equipe da Aston Martin para 2026.

A Aston Martin surpreendeu o mundo da Fórmula 1 nesta quarta-feira, 26 de novembro, ao anunciar que Adrian Newey será promovido a chefe de equipe a partir da temporada 2026. O lendário projetista britânico assumirá o comando esportivo justamente no ano de maior mudança regulatória da categoria desde dois mil e catorze.

Adrian Newey, de sessenta e seis anos, chegou à equipe britânica em março de dois mil e vinte e cinco como parceiro técnico gerente. A promoção ampliará significativamente suas responsabilidades. O engenheiro comandará não apenas o desenvolvimento do carro, mas também as operações de pista durante as corridas. Será a primeira vez na carreira que o projetista acumulará oficialmente o posto de chefe de equipe em uma temporada completa.

Andy Cowell, que vinha acumulando as funções de CEO e chefe de equipe, passa a atuar como diretor de estratégia. O britânico, ex-líder da divisão de motores da Mercedes, assumiu o comando da Aston Martin em janeiro de dois mil e vinte e cinco. A mudança foi descrita como decisão mútua pelos envolvidos, segundo comunicado oficial da escuderia.

Lawrence Stroll, proprietário bilionário da equipe, anunciou pessoalmente as alterações aos funcionários na base de Silverstone. O empresário canadense enfatizou que as mudanças visam otimizar as contribuições de Newey e Cowell na busca pela glória do campeonato mundial. A reestruturação busca aproveitar os pontos fortes individuais de cada profissional.

Projetista lendário assume novo desafio na carreira

Newey tem em seu currículo contribuições para treze títulos mundiais de pilotos e doze de construtores. O engenheiro trabalhou em três equipes diferentes ao longo de sua carreira na Fórmula 1, sempre alcançando sucesso expressivo. Apesar do histórico impressionante, nunca havia ocupado anteriormente o cargo de chefe de equipe em uma temporada regular.

O britânico iniciou sua trajetória na categoria máxima do automobilismo em mil novecentos e oitenta. Passou por March, Williams e McLaren antes de chegar à Red Bull em dois mil e seis. Na Williams, conquistou títulos com Nigel Mansell em mil novecentos e noventa e dois. Na McLaren, desenvolveu o modelo vencedor de Mika Hakkinen em mil novecentos e noventa e oito e noventa e nove.

Na Red Bull, Newey foi responsável pelos quatro títulos consecutivos de Sebastian Vettel entre dois mil e dez e dois mil e treze. Posteriormente, seus projetos levaram Max Verstappen a três campeonatos mundiais. O engenheiro deixou a equipe austríaca em maio de dois mil e vinte e quatro após dezenove anos de parceria extremamente bem-sucedida.

A chegada de Newey à Aston Martin em setembro de dois mil e vinte e quatro foi considerada grande golpe para Lawrence Stroll. O engenheiro se tornou inclusive acionista da equipe, demonstrando comprometimento de longo prazo com o projeto. Cláusulas contratuais com a Red Bull impediram que trabalhasse nos projetos de dois mil e vinte e cinco.

Mudança busca otimizar operações antes de nova era

Lawrence Stroll elogiou o trabalho de Andy Cowell ao longo de dois mil e vinte e cinco. O proprietário destacou que Cowell focou em construir uma equipe de classe mundial e fazê-la trabalhar bem em conjunto. O executivo também enfatizou que o ex-chefe cultivou cultura que coloca o carro de corrida no centro das operações.

Cowell assumirá responsabilidades cruciais como diretor de estratégia. Sua nova função se concentrará na integração técnica entre equipe, Honda, Aramco e Valvoline. A combinação entre fabricante de motores, fornecedor de combustível e chassis moldará o novo conjunto mecânico para dois mil e vinte e seis. A expertise de Cowell em unidades de potência será fundamental nessa transição.

A mudança na liderança põe fim aos rumores sobre possível contratação de Christian Horner. O ex-chefe da Red Bull foi especulado para assumir o comando da Aston Martin após o Grande Prêmio de Las Vegas. Newey e Horner trabalharam juntos na equipe austríaca por duas décadas antes de saírem em meio a uma crise na cúpula.

Aston Martin atravessa temporada decepcionante em dois mil e vinte e cinco. A equipe ocupa apenas a oitava posição no campeonato de construtores com duas corridas restantes. O desempenho contrasta fortemente com as expectativas criadas após os investimentos milionários de Lawrence Stroll em infraestrutura e pessoal. A temporada será a pior desde que a marca britânica assumiu a antiga Force India.

Regulamento revolucionário exige preparação máxima das equipes

O regulamento de dois mil e vinte e seis introduz alterações profundas nos motores e na aerodinâmica dos carros. As mudanças representam a maior revolução técnica da categoria em mais de uma década. Equipes trabalham intensamente no desenvolvimento dos novos projetos desde o ano passado. A adaptação bem-sucedida às novas regras pode embaralhar completamente a ordem de forças no grid.

A Aston Martin se tornará equipe de fábrica com motores Honda a partir da próxima temporada. A parceria com o fabricante japonês representa mudança estratégica significativa. A Honda forneceu unidades de potência para a Red Bull durante os anos de maior sucesso recente da equipe austríaca. A experiência prévia de Newey com motores Honda pode ser vantagem importante.

Newey afirmou ter visto grande talento individual dentro da equipe nos últimos nove meses. O engenheiro declarou estar ansioso para assumir a função adicional enquanto a equipe se posiciona para competir em dois mil e vinte e seis. A combinação entre equipe de fábrica e mudanças regulamentares representa desafio considerável segundo o próprio projetista.

O novo chefe destacou que a função de Cowell na integração da nova unidade de potência com os três parceiros principais será fundamental. A coordenação entre Honda, Aramco e Valvoline exige expertise técnica e diplomacia. A experiência de Cowell na Mercedes o qualifica perfeitamente para essa missão crítica.

A Aston Martin manterá a dupla Fernando Alonso e Lance Stroll no grid de dois mil e vinte e seis. Alonso, bicampeão mundial, busca seu terceiro título aos quarenta e quatro anos de idade. O piloto espanhol apostou na Aston Martin justamente pela chegada de Newey. A possibilidade de pilotar um carro projetado pelo lendário engenheiro foi fator decisivo na renovação contratual.

Lance Stroll, filho de Lawrence, permanece na equipe apesar das críticas constantes sobre seu desempenho. O piloto canadense não conseguiu pontuar com regularidade em dois mil e vinte e cinco. A proteção do pai proprietário garante sua vaga independentemente dos resultados. A dinâmica familiar adiciona complexidade à gestão da equipe.

O investimento pesado de Lawrence Stroll em infraestrutura está próximo de ser concluído. A nova fábrica e túnel de vento em Silverstone representam centenas de milhões de libras investidas. As instalações de última geração colocam a Aston Martin em pé de igualdade com as equipes mais ricas da categoria. A estrutura física está pronta para comportar ambições de campeonato.

Especialistas avaliam desafios do novo comando de Newey

Analistas da Fórmula 1 se dividem sobre a nomeação de Newey como chefe de equipe. Alguns veem a decisão como arriscada por tirar o engenheiro de sua zona de conforto. Outros argumentam que sua experiência de quatro décadas na categoria o qualifica para qualquer função. O consenso é que a mudança adiciona elemento imprevisível à temporada dois mil e vinte e seis.

Newey sempre preferiu trabalhar nos bastidores focando exclusivamente nos aspectos técnicos. A função de chefe de equipe exigirá maior exposição midiática e gestão de pessoas. O britânico terá responsabilidades políticas e diplomáticas que vão além do desenho de carros rápidos. A adaptação a essas novas demandas será testada sob pressão máxima.

A pressão sobre Newey será imensa considerando as expectativas criadas. Lawrence Stroll investiu fortunas para transformar a Aston Martin em campeã mundial. O fracasso em cumprir essa meta pode ter consequências severas. A paciência do bilionário canadense tem limites que serão testados se os resultados não aparecerem rapidamente.

Christian Horner permanece no mercado aguardando oportunidades. O britânico pode assumir a Alpine ou substituir Fred Vasseur na Ferrari caso o francês seja demitido. A experiência de Horner como chefe de equipe é amplamente reconhecida. Sua disponibilidade representa opção para qualquer escuderia que busque liderança experiente.

A rivalidade entre Newey e outros projetistas se intensificará em dois mil e vinte e seis. James Allison na Mercedes, Pierre Waché na Red Bull e Enrico Cardile na Ferrari são adversários formidáveis. O duelo técnico entre esses gênios da engenharia promete ser fascinante. A nova regulamentação nivela o campo de jogo permitindo que o melhor projeto se destaque.

Os próximos meses serão cruciais para a preparação da Aston Martin. O desenvolvimento do carro de dois mil e vinte e seis está em estágio avançado. Testes intensivos no túnel de vento refinam constantemente o projeto. A equipe trabalha contra o relógio para aproveitar cada oportunidade de melhoria antes do prazo regulamentar.

A Fórmula 1 retorna neste fim de semana com o Grande Prêmio do Catar. A vigésima terceira etapa da temporada dois mil e vinte e cinco acontece entre vinte e oito e trinta de novembro. A Aston Martin busca melhorar seu desempenho nas duas corridas finais. Resultados positivos dariam moral à equipe antes da reformulação para o ano seguinte.

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