O Flamengo consolidou sua posição como potência comercial do futebol mundial em 2025. Segundo levantamento divulgado pela consultoria Euroméricas Sports Marketing, o clube carioca figura entre os dez times que mais venderam camisas no planeta entre janeiro e outubro deste ano. Com 1,67 milhão de uniformes comercializados no período, o rubro-negro é o único representante brasileiro na seleta lista dominada por gigantes europeus.
O ranking global é liderado pelo Real Madrid, que soma impressionantes 3,13 milhões de camisas vendidas em 2025. O Barcelona aparece na segunda posição com 2,94 milhões de unidades, enquanto o Paris Saint-Germain fecha o pódio com 2,54 milhões de peças comercializadas. A hegemonia espanhola e francesa no topo da lista reflete décadas de investimento em marca e alcance global dessas instituições centenárias.
Na sequência do ranking aparecem Bayern de Munique em quarto lugar com 2,37 milhões de camisas, seguido pelo Inter Miami em quinta posição com 2,16 milhões de uniformes. A presença do clube americano evidencia claramente o impacto comercial de Lionel Messi, cuja chegada à MLS transformou o time da Flórida em fenômeno de vendas mundial praticamente da noite para o dia.
O Boca Juniors ocupa a sexta colocação com 1,93 milhão de camisas vendidas, sendo o melhor desempenho sul-americano na lista. O clube argentino mantém tradicionalmente forte apelo comercial, beneficiando-se de sua torcida apaixonada e da paixão característica do futebol portenho. Manchester United aparece em sétimo com 1,85 milhão de uniformes, seguido justamente pelo Flamengo na oitava posição.
Chelsea e Al-Nassr completam o top 10 com 1,42 milhão e 1,28 milhão de camisas vendidas respectivamente. A presença do clube saudita na lista comprova o poder de atração de Cristiano Ronaldo, cujo nome continua movimentando milhões em merchandising onde quer que esteja. No entanto, curiosamente o português vende menos camisas individualmente que o uruguaio Arrascaeta do Flamengo.
Flamengo entre os maiores do planeta
Os números individuais revelam outro dado surpreendente para o futebol brasileiro. Giorgian Arrascaeta figura como o sexto jogador com maior número de camisas comercializadas no mundo em 2025, com 975 mil unidades vendidas. O desempenho do camisa 10 rubro-negro o coloca à frente de astros consagrados como Cristiano Ronaldo, que vendeu 925 mil camisas, além de Bruno Fernandes e Harry Kane.
O ranking de jogadores é liderado por Lamine Yamal com 1,315 milhão de camisas, seguido por Lionel Messi com 1,278 milhão e Robert Lewandowski com 1,11 milhão. Kylian Mbappé aparece em quarto com 1,02 milhão, enquanto Vini Jr. é o quinto colocado com 992 mil uniformes vendidos. Arrascaeta é o único atleta que atua na América do Sul presente no top 10 global de vendas individuais.
A força comercial do Flamengo supera diversos gigantes tradicionais do futebol europeu que ficaram fora da lista. Clubes como Liverpool, Manchester City, Arsenal, Atlético de Madrid, Milan, Inter de Milão e Juventus não conseguiram alcançar os números necessários para entrar no top 10 de 2025. Esse feito brasileiro é ainda mais impressionante considerando as diferenças estruturais entre os mercados sul-americano e europeu.
Rubro-negro lidera América do Sul em vendas
Especialistas apontam que o tamanho do mercado brasileiro funciona como vantagem competitiva significativa para o Flamengo. Com mais de 40 milhões de torcedores espalhados pelo país, o clube possui base de consumidores comparável a países europeus inteiros. Além disso, a paixão característica da torcida rubro-negra se traduz diretamente em poder de compra, mesmo diante dos preços elevados praticados pelo mercado nacional.
O modelo de distribuição adotado pelo Flamengo também contribui para os números expressivos. O clube mantém lojas físicas próprias em diversos estados brasileiros, além de plataforma online robusta e parcerias com varejistas licenciados. A diversificação dos canais de venda amplia significativamente o alcance dos produtos oficiais, facilitando o acesso dos torcedores em todas as regiões do território nacional.
A parceria com a Adidas, fornecedora de material esportivo do Flamengo, representa fator crucial para o desempenho comercial. O contrato entre clube e marca alemã prevê pagamento anual de aproximadamente R$ 100 milhões, sendo parte significativa desse valor vinculada aos royalties sobre vendas de produtos licenciados. Quanto mais camisas o Flamengo vende, maiores são os repasses financeiros recebidos pela instituição carioca.
Os uniformes oficiais do Flamengo são comercializados em duas versões principais no mercado brasileiro. A versão “jogador” utiliza o mesmo material tecnológico usado pelos atletas profissionais em campo e custa R$ 599,99, sendo a segunda camisa mais cara do país. Já a versão “torcedor” conta com tecido menos sofisticado mas mantém o design oficial e é vendida por R$ 349,99.
A temporada de 2025 trouxe ingredientes especiais que impulsionaram as vendas rubro-negras. A participação inédita do clube no Mundial de Clubes da FIFA realizado nos Estados Unidos gerou visibilidade internacional sem precedentes. Além disso, as campanhas paralelas na Libertadores e no Campeonato Brasileiro mantiveram o time constantemente sob os holofotes midiáticos ao longo do ano inteiro.
O desempenho de Arrascaeta dentro de campo explica parcialmente seu sucesso comercial individual. O uruguaio tem sido peça fundamental do esquema tático rubro-negro, contribuindo regularmente com gols e assistências decisivas. Sua habilidade técnica refinada e capacidade de resolver partidas importantes conquistaram não apenas a torcida flamenga, mas também admiradores do futebol brasileiro em geral.
A presença do Flamengo entre os maiores vendedores mundiais de camisas reflete trabalho consistente do departamento de marketing do clube. Ações comerciais estratégicas, gestão eficiente de licenciamentos e campanhas publicitárias direcionadas transformaram a marca rubro-negra em produto comercial de alto valor agregado. Esse profissionalismo diferencia a instituição carioca de diversos concorrentes nacionais que ainda tratam merchandising como atividade secundária.
Os números de 2025 também evidenciam mudanças no comportamento do consumidor esportivo brasileiro. Mesmo com preços elevados que geram críticas recorrentes nas redes sociais, milhões de torcedores seguem priorizando a compra de produtos oficiais. Esse fenômeno demonstra que significativa parcela da base flamenga possui poder aquisitivo suficiente para sustentar o modelo comercial premium adotado atualmente pelo clube.
Projeções do mercado esportivo indicam que o Flamengo pode ampliar ainda mais seus números em 2026. A expectativa de contratações de peso na próxima janela de transferências, incluindo especulações sobre a possível chegada de Lucas Paquetá, tende a gerar novo impulso nas vendas de camisas. Além disso, a consolidação da marca rubro-negra no cenário internacional abre portas para expansão de mercados na América Latina e Estados Unidos.
A comparação com o Boca Juniors, único sul-americano à frente do Flamengo no ranking, serve como motivação para a diretoria carioca. Apesar de ter vendido 260 mil camisas a mais que o clube brasileiro, o time argentino enfrenta limitações estruturais do mercado local, enquanto o Flamengo opera no maior país da América do Sul. Esse diferencial sugere que a liderança regional está ao alcance do rubro-negro nos próximos anos.