A espera acabou, torcedor! O relógio parece ter andado mais devagar nos últimos dias, mas finalmente chegamos ao domingo que vai paralisar o país. Hoje, 14 de dezembro de 2025, conheceremos os dois gigantes que sobreviveram a uma maratona de batalhas para disputar a grande final da Copa do Brasil. A tensão é palpável, o ar está pesado e as arquibancadas prometem tremer como nunca. O roteiro não poderia ser mais dramático: vantagens mínimas, heróis improváveis, craques retornando e o peso de camisas que entortam varal.
Às 18h, na Neo Química Arena, o Corinthians recebe o Cruzeiro protegendo a vitória conquistada em Minas Gerais. Mais tarde, às 20h30, o Maracanã vira o centro do universo futebolístico para o clássico carioca entre Fluminense e Vasco, onde o Gigante da Colina joga pelo empate após uma virada heroica na ida. É dia de heróis, vilões e corações na boca. Prepare-se, porque a história será escrita diante dos seus olhos.
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Vantagem Alvinegra em Itaquera
O Corinthians entra em campo com a faca nos dentes e a Fiel Torcida como seu 12º jogador. A vitória por 1 a 0 no Mineirão, construída com a inteligência tática de Dorival Júnior e a genialidade de Memphis Depay — autor do gol solitário aos 21 minutos —, deu ao Timão o luxo de jogar pelo empate em seus domínios. A equipe paulista, focada em salvar a temporada com um título nacional de peso e garantir a vaga na Libertadores de 2026, deve manter a base sólida que neutralizou a Raposa em Belo Horizonte.
A atmosfera em Itaquera promete ser hostil para os visitantes. Com todos os ingressos esgotados antecipadamente, a Fiel sabe que seu papel é fundamental para empurrar o time e intimidar o adversário. O Corinthians tem sido letal em casa nesta competição, usando a pressão das arquibancadas para sufocar os rivais nos primeiros minutos. A estratégia de Dorival deve ser clara: controlar o ritmo, explorar os contra-ataques com a velocidade de Yuri Alberto e a visão de jogo de Memphis, e evitar erros bobos na saída de bola.
O Drama Celeste e a Missão Impossível
Do outro lado, o Cruzeiro de Leonardo Jardim desembarca em São Paulo com a missão de operar um milagre. A derrota em casa foi um golpe duro, mas a Raposa tem tradição de sobra em Copas do Brasil para jamais ser dada como morta. No entanto, o cenário é desafiador. Além da desvantagem no placar, o time celeste lida com desfalques pesadíssimos. O volante Lucas Romero, motor do meio-campo, está suspenso após receber o terceiro cartão amarelo na ida. Além dele, o zagueiro Villalba é dúvida cruel após sair lesionado no Mineirão.
Sem seu cão de guarda no meio, Jardim terá que reinventar a proteção à zaga. Walace ou Matheus Henrique devem assumir a responsabilidade, mas a ausência da pegada de Romero pode deixar espaços que o Corinthians adora explorar. Para se classificar direto, o Cruzeiro precisa vencer por dois gols de diferença — uma tarefa hercúlea na Neo Química Arena. Uma vitória simples (1 a 0, 2 a 1, etc.) leva a decisão para a loteria dos pênaltis, um teste para cardíacos que a torcida mineira prefere evitar, mas que aceitaria de bom grado dada a circunstância atual. A esperança reside nos pés de Matheus Pereira, o maestro que precisa de uma noite inspirada para reger a virada.
O Clássico dos Gigantes no Maracanã
Se em São Paulo a tensão é grande, no Rio de Janeiro o clima é de guerra esportiva. Fluminense e Vasco voltam a se enfrentar no Maracanã às 20h30, reeditando o duelo eletrizante de quinta-feira. O Cruzmaltino chega com o moral nas nuvens após a vitória de 2 a 1 na ida, garantida com um gol salvador de Vegetti já nos acréscimos. Aquele momento de êxtase transformou a atmosfera em São Januário (simbólico, já que o jogo foi no Maracanã) e deu ao time de Fernando Diniz a vantagem do empate.
O Vasco, o “Time da Virada”, incorporou esse espírito na competição. Mesmo sem o lateral-esquerdo titular Lucas Piton, fora da temporada por lesão no joelho, e sem o volante Jair, o elenco se fechou em torno do objetivo. Pumita Rodríguez deve seguir improvisado na esquerda, uma fragilidade que o Fluminense certamente tentará explorar. Coutinho, cada vez mais adaptado e decisivo, será o cérebro da equipe, buscando acionar Rayan e Vegetti nas costas da defesa tricolor. O Vasco joga por qualquer igualdade para voltar a uma final de Copa do Brasil após mais de uma década, um feito que coroaria a reconstrução do clube.
Tricolor Joga a Vida com Reforço de Peso
Para o Fluminense, o jogo é de vida ou morte. A derrota na ida doeu, principalmente pela forma como aconteceu, sofrendo a virada no apagar das luzes. Mas o Tricolor das Laranjeiras tem um trunfo gigantesco para hoje: o retorno de Agustín Canobbio. O uruguaio, que cumpriu suspensão na quinta-feira, é peça-chave no esquema de Luís Zubeldía. Sua velocidade, drible e capacidade de finalização fizeram muita falta no primeiro confronto, e sua volta devolve o poder de fogo necessário para furar a retranca vascaína.
Precisando vencer por dois gols de diferença para a vaga direta (ou um para levar aos pênaltis), o Fluminense promete sufoco desde o apito inicial. A defesa, liderada pelo interminável Thiago Silva, precisará ser perfeita para não sofrer gols, já que um tento do Vasco obrigaria o Flu a fazer três. O meio-campo, com Martinelli e Ganso (se confirmado entre os titulares ou entrando no decorrer), terá a missão de abastecer o trio ofensivo formado por Serna, Canobbio e Everaldo (ou Cano, se tiver condições). O Maracanã estará dividido, mas a torcida tricolor promete cantar os 90 minutos para empurrar o time rumo à virada.
Prováveis Escalações e Arbitragem
Para o duelo decisivo em São Paulo, o Corinthians deve ir a campo com força máxima disponível: Hugo Souza; Matheuzinho, André Ramalho, Gustavo Henrique e Matheus Bidu; José Martínez, Maycon, Breno Bidon e Carrillo; Memphis Depay e Yuri Alberto. Técnico: Dorival Júnior.
Já o Cruzeiro, buscando a remontada histórica, deve escalar: Cássio; William, Fabrício Bruno, Jonathan Jesus (ou Villalba, se recuperar) e Kaiki; Walace (ou Lucas Silva), Matheus Henrique; Matheus Pereira, Christian e Barreal; Kaio Jorge. Técnico: Leonardo Jardim. Árbitro: Rodrigo José Pereira de Lima (PE).
No clássico carioca, o Fluminense provável, com seu reforço de peso, é: Fábio; Samuel Xavier, Thiago Silva, Freytes e Renê; Martinelli, Hércules e Lucho Acosta (ou Ganso); Serna, Canobbio e Everaldo. Técnico: Luís Zubeldía.
O Vasco deve manter a base vitoriosa: Léo Jardim; Paulo Henrique, Cuesta, Robert Renan e Pumita Rodríguez; Thiago Mendes, Cauan Barros e Philippe Coutinho; Nuno Moreira, Andrés Gómez e Rayan (ou Vegetti desde o início). Técnico: Fernando Diniz. Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO).
O Peso da Glória e do Bolso
Chegar à final da Copa do Brasil 2025 não é apenas sobre levantar um troféu; é sobre mudar o patamar financeiro e esportivo do clube. O campeão garante vaga direta na fase de grupos da Libertadores e uma premiação que supera a casa dos R$ 70 milhões apenas pelo título, somando-se ao acumulado das fases anteriores. Para Corinthians e Vasco, que viveram anos recentes de instabilidade, essa final representa a redenção. Para Cruzeiro e Fluminense, é a chance de reafirmar a força de seus elencos milionários.
Corinthians e Vasco têm a vantagem do regulamento e jogam com o relógio a seu favor. No entanto, Cruzeiro e Fluminense têm camisas pesadas que não se entregam jamais e tradição em reverter cenários adversos. A única certeza é que teremos 180 minutos (ou mais, se as penalidades decidirem aparecer) de puro suor, tática, nervosismo e emoção. Prepare a pipoca, vista seu manto sagrado e apoie, porque hoje não é dia de silêncio. Hoje é dia de Copa!
