Lima voltou a ser o palco da felicidade rubro-negra. Na noite deste sábado (29), o Flamengo escreveu mais um capítulo dourado em sua história ao vencer o Palmeiras por 1 a 0 na grande final da Copa Libertadores da América de 2025. Em um Estádio Monumental “U” pulsante, dividido entre duas das maiores torcidas do continente, o equilíbrio predominou durante quase todo o duelo, mas a estrela de um herói improvável brilhou mais forte. Danilo, com um gol de cabeça que entrará para a eternidade, decretou o Tetracampeonato do clube carioca, vingando a derrota de 2021 e consolidando a hegemonia do Mais Querido no futebol sul-americano.
A partida foi um verdadeiro teste para o coração dos torcedores. O primeiro tempo foi marcado por muito estudo e poucas chances claras, com as duas equipes se respeitando excessivamente. O Palmeiras, com sua defesa sólida, tentava neutralizar o ímpeto ofensivo do time de Filipe Luís, que buscava espaços com Arrascaeta e Bruno Henrique. O jogo truncado no meio-campo parecia caminhar para um drama prolongado, mas a história estava reservada para ser decidida no tempo regulamentar, graças à precisão de quem conhece os atalhos do campo.

O gol do título: Danilo decide
O momento que definiu a América aconteceu quando a defesa palmeirense, até então intransponível, vacilou. Em uma jogada trabalhada, a bola foi alçada na área com veneno. Danilo, demonstrando oportunismo e excelente posicionamento, subiu mais alto que a marcação alviverde e testou firme para o fundo das redes, sem chances para o goleiro Weverton. O gol solitário foi o suficiente para explodir a parte rubro-negra da arquibancada e calar os palmeirenses. Danilo, eleito o craque do jogo pela Conmebol, foi coroado não apenas pelo gol, mas pela atuação incansável no combate e na construção das jogadas.
Após o gol, o Palmeiras se lançou ao ataque no desespero. O técnico Abel Ferreira colocou o time para frente, e os minutos finais foram de pura pressão. Aos 20 do segundo tempo, Vitor Roque assustou com uma cabeçada perigosa que passou raspando a trave. Já nos acréscimos, Allan e Flaco López tiveram chances bloqueadas pela muralha defensiva do Flamengo, que soube sofrer para garantir o resultado. Ao apito final, a tensão deu lugar ao êxtase: o Flamengo era, novamente, o dono do continente.
Supremacia Rubro-Negra na América
Com a conquista de 2025, o Flamengo atinge o patamar de Tetracampeão (1981, 2019, 2022 e 2025), isolando-se ainda mais como um dos maiores vencedores do Brasil na competição. A vitória sobre o Palmeiras tem um sabor especial, servindo como uma revanche direta pela final de Montevidéu. O técnico Filipe Luís, em seu primeiro grande título internacional como treinador, foi jogado para o alto pelos jogadores, consagrando uma transição de carreira meteórica e vitoriosa.
A festa no gramado foi comandada pelos ídolos de sempre — Gerson, Arrascaeta e Pedro — mas teve em Danilo o seu protagonista máximo. O jogador, que agora grava seu nome ao lado de lendas como Zico e Gabigol, foi o símbolo de uma equipe que não desistiu de lutar por cada centímetro de campo. A “Glória Eterna” foi reconquistada com suor, tática e a mística de uma camisa que parece jogar junto com a torcida.
Rumo ao Mundial no Catar
Não haverá muito tempo para ressaca. Com o título garantido, o Flamengo já tem passagem comprada para o Catar, onde disputará a Copa Intercontinental da FIFA em dezembro. O clube estreia no dia 10 contra o Cruz Azul (México) e, se vencer, terá o caminho aberto para sonhar com um duelo final contra o PSG. Mas, por enquanto, o foco é apenas um: celebrar. O Rio de Janeiro não tem hora para dormir, e a América amanhece, mais uma vez, pintada de vermelho e preto.
