Memphis Cala o Mineirão! Corinthians é cirúrgico, vence Cruzeiro e põe um pé na final

Em noite de reencontro com Cássio, quem brilhou foi a nova estrela alvinegra. Timão suporta pressão, joga com inteligência e leva decisão para Itaquera com vantagem do empate.

Memphis Depay, camisa 10 do Corinthians, comemora seu gol tapando os ouvidos ao lado do atacante Yuri Alberto durante a partida contra o Cruzeiro.
Memphis Depay (10) faz sua comemoração característica, tapando os ouvidos, após marcar o gol da vitória do Corinthians na semifinal da Copa do Brasil, acompanhado por Yuri Alberto (9). (Foto: Reprodução)

A noite desta quarta-feira (10) em Belo Horizonte tinha tudo para ser um caldeirão azul, mas terminou com o grito da Fiel ecoando no concreto do Mineirão. Pelo jogo de ida da Semifinal da Copa do Brasil 2025, o Corinthians foi frio, calculista e letal para vencer o Cruzeiro por 1 a 0.

O gol solitário de Memphis Depay, ainda no primeiro tempo, não apenas garantiu a vitória, mas reescreveu a dinâmica do confronto. O Timão, que entrou em campo sob a desconfiança de enfrentar um Cruzeiro invicto em seus domínios na competição, mostrou uma maturidade tática impressionante. Agora, a equipe paulista joga por qualquer empate no próximo domingo (14), na Neo Química Arena, para carimbar o passaporte para a grande decisão.

Para o Cruzeiro, resta a frustração de ter controlado a posse de bola, mas esbarrado em uma muralha chamada Hugo Souza. A “Lei do Ex” passou longe de Cássio, que viu do outro lado o seu sucessor operar milagres para garantir o resultado.

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A ESTRELA DE MEMPHIS

O jogo começou estudado, mas com o Corinthians surpreendendo pela postura. Longe de se acovardar, o time de Ramón Díaz (ou o técnico vigente em 2025) adiantou as linhas e incomodou a saída de bola mineira. A recompensa veio cedo, aos 22 minutos.

A jogada nasceu da inteligência de André Carrillo pela direita. O peruano, que vem sendo o motor criativo da equipe, descolou um cruzamento preciso para a área. Yuri Alberto, fazendo o papel de pivô com maestria, ganhou a disputa pelo alto contra a zaga celeste e ajeitou a bola. Ela caiu, pedindo carinho, nos pés de Memphis Depay.

O holandês não perdoou. Com a frieza de quem já decidiu em palcos mundiais, Memphis finalizou. Na primeira, a zaga travou; na sobra, com Cássio já vendido, ele empurrou para o fundo das redes, decretando o 1 a 0. Foi o golpe de misericórdia em um primeiro tempo onde o Corinthians foi, sem dúvidas, superior e mais perigoso.

PAREDÃO ALVINEGRO

Se o ataque resolveu no primeiro tempo, a defesa precisou trabalhar dobrado no segundo. O Cruzeiro voltou do intervalo com uma postura agressiva, empurrado por mais de 50 mil vozes. O técnico celeste lançou o time ao ataque, explorando as pontas e os cruzamentos na área.

Foi aí que Hugo Souza agigantou-se. O goleiro corinthiano protagonizou pelo menos três intervenções vitais que impediram o empate.

  1. Aos 10 do 2ºT: Defesaça em chute à queima-roupa de Kaio Jorge, após falha de marcação pelo meio.
  2. Aos 28 do 2ºT: Matheus Pereira, o cérebro cruzeirense, arriscou de fora da área. A bola desviou no meio do caminho, mas Hugo, com reflexo de gato, foi buscar no canto esquerdo.
  3. No abafa final: Nas bolas alçadas, a segurança do arqueiro nas saídas do gol minou a confiança dos atacantes rivais.

A atuação de Hugo ganha contornos ainda mais dramáticos pelo fato de enfrentar Cássio, o maior ídolo da história recente do Corinthians, que assistiu do outro lado a meta alvinegra ser bem protegida por seu herdeiro.

BATALHA TÁTICA E REVANCHE

A vitória corinthiana também passa pelo sistema defensivo sólido montado com André Ramalho e Gustavo Henrique. A dupla de zaga anulou Kaio Jorge durante a maior parte do jogo, vencendo os duelos físicos e aéreos. Nas laterais, Matheus Bidu e Matheuzinho tiveram papel fundamental fechando os espaços de William e dos pontas cruzeirenses.

No meio-campo, a trinca formada por José Martínez, Maycon e Carrillo conseguiu algo raro: neutralizar a criação de Matheus Pereira. Martínez, incansável, foi um “cão de guarda”, mordendo cada posse de bola do Cruzeiro e permitindo que Memphis e Yuri tivessem liberdade para contra-atacar.

O resultado tem um sabor especial de vingança. Em 2018, foi justamente o Cruzeiro quem tirou o título da Copa do Brasil do Corinthians em plena Arena em Itaquera. Sete anos depois, o cenário se inverte, e o Timão sai de Belo Horizonte com a faca e o queijo na mão para eliminar o rival.

O CAMINHO PARA A GLÓRIA

O apito final trouxe um misto de alívio e euforia para os jogadores do Corinthians, que celebraram muito no gramado. A vantagem é mínima, mas em mata-mata de Copa do Brasil, jogar pelo empate em casa é um luxo.

Cenários para a volta (Domingo, 14/12):

  1. Vitória do Corinthians: Classificado.
  2. Empate: Classificado.
  3. Vitória do Cruzeiro por 1 gol: Pênaltis.
  4. Vitória do Cruzeiro por 2+ gols: Cruzeiro classificado.

A Fiel Torcida já promete uma festa histórica para receber o time. Do outro lado, o Cruzeiro terá que fazer o que poucos conseguiram em 2025: bater o Corinthians dentro de seus domínios em um jogo decisivo. A guerra tática de 180 minutos teve seu primeiro vencedor, mas a batalha final promete ser épica.

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