Palmeirense morre em acidente de ônibus em Lima

Caue Brunelli Dezotti perdeu a vida após bater a cabeça em ponte durante passeio turístico na capital peruana, clube lamenta tragédia nas redes sociais.

Local do acidente com torcedor do Palmeiras em Lima
Ponte no distrito de Barranco, em Lima, onde o torcedor palmeirense sofreu o acidente fatal (Foto: Reprodução)

A festa da torcida alviverde em Lima, no Peru, foi interrompida por uma notícia devastadora nesta sexta-feira (28). O médico Caue Brunelli Dezotti, de 38 anos, viajou ao país para acompanhar a final da Conmebol Libertadores entre Palmeiras e Flamengo, mas teve sua vida abreviada em um trágico acidente. O torcedor participava de um passeio turístico em um ônibus panorâmico de dois andares quando colidiu a cabeça contra a estrutura de uma ponte no distrito de Barranco. A fatalidade chocou os brasileiros que já lotam a capital peruana para a decisão continental.

O incidente ocorreu durante a tarde, em um momento de descontração entre torcedores. Segundo relatos de testemunhas e autoridades locais, o veículo transitava pela Avenida Pedro de Osma quando passou sob a Ponte Bajada de Baños. Caue, que estava no andar superior do veículo aberto, teria se levantado ou saltado no momento exato da passagem, não percebendo a aproximação da estrutura de concreto. O impacto foi violento, causando lesões gravíssimas imediatas.

Equipes de emergência foram acionadas rapidamente para prestar socorro. O torcedor foi encaminhado com urgência para a Clínica Maison de Santé, unidade hospitalar próxima ao local do acidente. Apesar dos esforços médicos para estabilizar seu quadro, Caue não resistiu aos ferimentos e teve o óbito confirmado pouco tempo depois. A notícia se espalhou rapidamente pelos grupos de torcedores em Lima, transformando o clima de euforia pré-jogo em luto e consternação.

Acidente fatal vitima médico brasileiro

Caue Brunelli Dezotti era natural de São Paulo e exercia a profissão de urologista, além de atuar como professor universitário. Sua presença em Lima era a realização do sonho de ver seu time do coração disputar mais uma glória eterna. Amigos e familiares, agora, lidam com a dor de uma perda repentina e brutal, ocorrida a milhares de quilômetros de casa. O Itamaraty deve prestar assistência consular para os trâmites burocráticos de liberação e repatriação do corpo para o Brasil.

A polícia peruana abriu uma investigação para apurar as circunstâncias exatas do ocorrido. O chefe da região policial de Lima, general Felipe Monroy, informou à imprensa local que depoimentos estão sendo colhidos, inclusive do motorista e do guia turístico que acompanhavam o grupo. A principal linha de apuração verifica se houve imprudência por parte da organização do passeio ou se o acidente foi fruto de uma fatalidade imprevisível causada pela euforia do momento.

A segurança em ônibus turísticos abertos é um tema que volta à tona com este episódio. Em cidades com infraestrutura urbana antiga, como é o caso de algumas áreas de Lima, a altura de pontes e viadutos pode variar, exigindo atenção redobrada de operadores e passageiros. O alerta serve para os milhares de brasileiros que ainda estão na cidade e planejam realizar atividades turísticas antes ou depois da partida deste sábado (29).

Clube presta solidariedade à família

A Sociedade Esportiva Palmeiras manifestou-se oficialmente assim que a identidade da vítima foi confirmada. Em nota publicada em suas redes sociais, o clube lamentou profundamente o falecimento de seu torcedor e ofereceu condolências aos familiares e amigos. A mensagem ressaltou que o futebol deveria ser sempre motivo de alegria e união, nunca de tristeza. A postura institucional do clube foi elogiada por torcedores de diversas equipes, que deixaram a rivalidade de lado para prestar solidariedade.

A Mancha Verde e outras torcidas organizadas também devem preparar homenagens para Caue durante a final no Estádio Monumental. É esperado um minuto de silêncio ou manifestações nas arquibancadas para honrar a memória do palestrino que partiu precocemente. O clima no entorno do estádio, que amanheceu vibrante, agora carrega uma nota de pesar. A tragédia lembra a todos que, acima de qualquer resultado esportivo, a vida é o bem maior a ser preservado.

A repercussão internacional do caso também foi imediata. Jornais peruanos, como o “La República” e o “El Comercio”, destacaram o acidente em suas capas digitais. A organização da Conmebol acompanha o caso e deve emitir um comunicado reforçando a necessidade de cautela e segurança para todos os visitantes. A final da Libertadores, evento máximo do futebol sul-americano, infelizmente ficará marcada em 2025 por esta triste ocorrência fora das quatro linhas.

Investigação policial apura responsabilidades

As autoridades peruanas trabalham agora para esclarecer se o ônibus trafegava em velocidade compatível com a via e se os passageiros foram devidamente alertados sobre os riscos de permanecerem em pé no andar superior. Há relatos divergentes sobre a dinâmica do acidente, com algumas testemunhas afirmando que o veículo não reduziu a velocidade ao se aproximar da ponte. A perícia técnica no local e no veículo será determinante para apontar eventuais culpados.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil já está em contato com as autoridades locais. O suporte à família de Caue é prioridade neste momento de extrema vulnerabilidade. O traslado do corpo envolve uma série de protocolos sanitários e legais que podem levar alguns dias. Enquanto isso, a comunidade brasileira em Lima se mobiliza para oferecer apoio emocional aos amigos que viajavam com a vítima e que presenciaram a cena traumática.

Este triste episódio serve de alerta máximo para o comportamento em viagens internacionais. A empolgação com grandes eventos não pode suplantar as normas de segurança básica. O turismo em ônibus “open-top” é muito popular, mas exige que os passageiros permaneçam sentados e atentos, especialmente em trajetos urbanos com obstáculos aéreos. A morte de Caue é um lembrete doloroso de como um instante de descuido ou uma falha de segurança podem ter consequências irreversíveis.

Luto marca final da Libertadores

O jogo deste sábado entre Palmeiras e Flamengo terá, inevitavelmente, um sabor amargo para a nação alviverde. A vitória em campo, caso venha, será dedicada à memória de Caue. A derrota, se ocorrer, será secundária diante da perda de uma vida humana. O futebol, em sua essência, é feito de paixão, e Caue foi uma vítima dessa paixão que move multidões através do continente. Sua história se junta à de outros torcedores que, infelizmente, não voltaram para casa após seguirem seus times.

A expectativa é que a segurança seja reforçada não apenas no estádio, mas em todos os pontos turísticos de Lima que concentram torcedores brasileiros. A polícia peruana deve intensificar a fiscalização em transportes turísticos para evitar novos incidentes. A cidade, que se preparou para receber uma festa, agora também acolhe o luto de uma família brasileira. Que a memória de Caue Brunelli Dezotti seja respeitada e que as circunstâncias de sua morte sejam rigorosamente esclarecidas.

Resta aos torcedores que lá estão a missão de torcer com responsabilidade e paz. A rivalidade deve ficar restrita ao campo de jogo. Fora dele, a solidariedade humana deve prevalecer. Hoje, não há cor de camisa que diferencie a dor da perda. Palmeirenses, flamenguistas e peruanos se unem em um sentimento comum de pesar por uma vida jovem interrompida de forma tão trágica.

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