A espera acabou, Nação! O cheirinho de gol voltou a pairar no ar do Catar. O Flamengo entra em campo neste sábado (13), às 14h (de Brasília), no Estádio Ahmad bin Ali, para o confronto mais importante do ano até aqui. O adversário é o perigoso Pyramids FC, do Egito, em duelo válido pela semifinal da Copa Intercontinental da FIFA (a chamada Copa Challenger). Quem vencer, garante o passaporte para encarar o poderoso Paris Saint-Germain na grande finalíssima do dia 17. E a notícia que faz a arquibancada vibrar não poderia ser outra: Pedro, o Artilheiro Reverência, está pronto para voltar aos gramados.
O cenário é de decisão pura. Após passar pelo Cruz Azul no sufoco do “Dérbi das Américas”, vencendo por 2 a 1 com a genialidade de Arrascaeta, o time de Filipe Luís teve apenas dois dias de recuperação. A sexta-feira foi de ajustes táticos e conversa séria no Ninho do Urubu em Doha. A missão é clara: furar a retranca egípcia, evitar os sustos defensivos da estreia e colocar o Mais Querido frente a frente com os europeus novamente.
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A Decisão Intercontinental
O Flamengo não terá vida fácil. Se engana quem pensa que o Pyramids é “café com leite”. O time egípcio, atual campeão da Liga dos Campeões da CAF, chega para esse jogo com a moral nas nuvens e o físico em dia. Eles já deixaram para trás o Auckland City e atropelaram o badalado Al-Ahli da Arábia Saudita na fase anterior. É um time rápido, físico e que joga pelo erro do adversário — exatamente o ponto que mais preocupou a torcida rubro-negra na vitória contra os mexicanos na última quarta-feira.
A partida deste sábado carrega o peso de uma temporada inteira. O novo formato da Copa Intercontinental, que substituiu o antigo molde anual do Mundial de Clubes (agora quadrienal), coloca o campeão da Libertadores em uma rota de colisão direta com os melhores da África e Ásia antes de sonhar com a Europa. Para o Flamengo, é a chance de provar a força do futebol sul-americano e apagar as frustrações de mundiais passados.
O técnico Filipe Luís, em sua primeira experiência internacional no comando do Mengão, sabe que não há margem para erro. “Temos que achar uma equipe competitiva, sólida e fresca”, declarou o treinador, indicando que a parte física será determinante para a escalação inicial.
O Retorno do Camisa 9
A notícia que dominou as rodas de conversa e os grupos de WhatsApp da Nação nas últimas 24 horas tem nome e sobrenome: Pedro Guilherme. O artilheiro, que desfalcou o time por longos meses após uma grave lesão no joelho (e um susto recente no braço), finalmente deve sentir o gramado em uma partida oficial. Contra o Cruz Azul, ele esteve no banco, viveu o clima de vestiário, mas foi poupado pela comissão técnica. Agora, contra o Pyramids, a ordem é soltar a fera.
Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (12), Filipe Luís foi direto ao ponto: “Minha expectativa é que tenha minutos”. A frase, embora cautelosa, soou como música para os ouvidos dos torcedores. O Flamengo sentiu falta de uma referência na área durante boa parte do segundo semestre. Bruno Henrique, improvisado muitas vezes, entrega raça e velocidade, mas não tem o pivô e o faro de finalizador nato do Queixada.
A volta de Pedro muda o patamar ofensivo do time. Mesmo que não comece jogando — o que é o mais provável, dada a intensidade exigida desde o apito inicial —, ter o camisa 9 como opção para o segundo tempo oferece ao Flamengo uma arma letal caso o jogo se complique. O Pyramids joga fechado, com linhas compactas, cenário onde a presença de área de Pedro é, muitas vezes, a única solução para destrancar defesas.
Batalha no Deserto
Analisando friamente o adversário, o Pyramids FC é uma equipe traiçoeira. Comandados pelo croata Krunoslav Jurčić, os egípcios apostam tudo na velocidade de transição. O destaque absoluto é o atacante Fiston Mayele, artilheiro nato que já balançou as redes neste Intercontinental e foi o carrasco dos sauditas. Além dele, o ponta Ziko (xará do nosso Galinho, mas sem o mesmo DNA, claro) oferece perigo constante pelas beiradas.
O sistema defensivo do Flamengo precisará estar em alerta máximo. Na estreia contra o Cruz Azul, a saída de bola foi um drama. A dupla de volantes, que teve dificuldades na construção, e a linha de zaga sofreram com a pressão alta dos mexicanos. Rossi precisou trabalhar, e a trave jogou a favor do Mengão em momentos cruciais. Contra o Pyramids, qualquer erro de passe na zona central pode ser fatal. Mayele não costuma perdoar falhas de concentração.
Filipe Luís trabalhou exaustivamente o posicionamento defensivo no treino de sexta. A tendência é que o time busque controlar a posse de bola, mas com mais segurança, evitando passes arriscados na frente da área. “É um time que se defende muito bem, que entende muito bem as coberturas”, analisou o treinador rubro-negro, demonstrando respeito e estudo sobre o rival.
O Fator Cebolinha e a Escalação
Se Pedro é a esperança de gols, Everton Cebolinha é o pedido da arquibancada para incendiar o jogo. O camisa 11 entrou muito bem no segundo tempo contra o Cruz Azul, dando outra dinâmica ao ataque que parecia estático com Plata em alguns momentos. Nas redes sociais, a hashtag pedindo a titularidade de Cebolinha ganhou força, com a torcida exigindo o drible e a agressividade do ponta para quebrar as linhas egípcias.
A provável escalação do Flamengo é um mistério guardado a sete chaves, principalmente pelo desgaste físico de apenas 72 horas entre os jogos. No entanto, a espinha dorsal deve ser mantida. Rossi é intocável no gol. Na defesa, Varela (ou Wesley), Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro devem formar a linha de quatro. No meio, a dúvida persiste: Pulgar deve seguir como o cão de guarda, mas a segunda vaga no meio e a ponta direita estão em aberto. Gerson, o Coringa, é peça fundamental e deve ir para o jogo, possivelmente ao lado de De La Cruz (se estiver 100%) ou Jorginho, buscando qualificar a saída de bola que tanto sofreu na estreia.
Na frente, Arrascaeta é o cérebro insubstituível. E no ataque? Bruno Henrique deve começar, com Michael ou Plata (ou o aclamado Cebolinha) na outra ponta. Pedro corre por fora para iniciar, mas é a carta na manga para a etapa final.
Provável Flamengo: Rossi; Wesley, Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro; Pulgar, Gerson (De La Cruz) e Arrascaeta; Michael (Cebolinha), Plata (Bruno Henrique) e Bruno Henrique (Pedro).
Rumo à Glória
A vitória no sábado não vale apenas uma vaga na final. Vale a afirmação de um trabalho. Filipe Luís assumiu o comando em meio a turbulências em 2024 e, agora, tem a chance de colocar seu nome na história do clube também como treinador campeão mundial. O grupo está fechado, a torcida invadiu Doha (e as redes sociais) e o clima é de guerra.
O Pyramids quer ser a zebra histórica. O Flamengo quer ser o gigante que é. A bola rola às 14h e o Portal Resenha Diária estará ligado em cada lance. Preparem os corações, rubro-negros. O sábado promete ser de fortes emoções, e com a volta do Reverência, a esperança de gritar “é campeão” na próxima quarta-feira fica ainda mais viva.
Vai pra cima deles, Mengo!
