O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) confirmou nesta semana a descoberta de um garimpo ilegal em Maués, município localizado a cerca de 260 quilômetros de Manaus. A ação fez parte de uma operação integrada com a Polícia Militar Ambiental e a Secretaria de Segurança Pública, que visa combater atividades mineradoras sem licença e proteger as áreas de preservação permanente.
De acordo com o órgão, o grupo atuava de forma clandestina em uma região de difícil acesso, próxima ao rio Parauari, utilizando maquinário pesado e produtos químicos altamente poluentes. O local foi identificado após denúncias anônimas e monitoramento por imagens de satélite.
Equipamentos e balsas foram destruídos no local
Durante a operação, os fiscais encontraram escavadeiras, dragas, motores e balsas utilizadas para a extração do ouro. Todo o material foi inutilizado, conforme previsto pela legislação ambiental, e o acesso à área foi bloqueado. Segundo o relatório preliminar, os equipamentos estavam operando há várias semanas e já haviam causado visível degradação da vegetação nativa.
O Ipaam informou que o impacto da atividade incluía assoreamento de igarapés, contaminação do solo e despejo de resíduos tóxicos em afluentes do rio Maués-Açu. A ação contra o garimpo ilegal em Maués é considerada uma das maiores realizadas no município desde o início de 2025.
Mercúrio ameaça comunidades ribeirinhas
Técnicos do órgão ambiental alertaram para o uso de mercúrio no processo de separação do ouro, substância que representa grave risco à saúde humana e aos ecossistemas aquáticos. O produto, altamente tóxico, pode causar danos neurológicos e se acumula na cadeia alimentar, atingindo peixes e comunidades ribeirinhas que dependem da pesca.
A fiscalização do garimpo ilegal em Maués também visa proteger populações tradicionais que vivem em reservas próximas, onde já foram identificados sinais de contaminação em análises laboratoriais recentes. O Ipaam destacou que novas coletas de água e sedimentos serão realizadas nos próximos dias.
Ação integrada com forças de segurança
A operação contou com o apoio do Batalhão Ambiental da Polícia Militar e da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência. As equipes percorreram áreas de floresta densa, utilizando helicópteros e embarcações. O objetivo foi desmontar a estrutura logística dos garimpeiros e impedir o retorno das atividades ilegais.
Segundo o coordenador de fiscalização do Ipaam, as ações devem ser contínuas e estratégicas. “Não basta apreender o maquinário, é necessário inviabilizar economicamente o crime ambiental”, afirmou. Ele também reforçou que o combate ao garimpo ilegal em Maués faz parte de uma política estadual de proteção permanente dos recursos naturais.
Danos ambientais e recuperação da área
Após a desativação do garimpo, o Ipaam iniciou o processo de recuperação da área degradada, com levantamento técnico sobre a extensão dos danos. A estimativa é que mais de 15 hectares de floresta tenham sido afetados. O órgão estuda a possibilidade de incluir o local em um programa de reflorestamento experimental, em parceria com universidades e organizações ambientais.
Especialistas em geoprocessamento reforçam que o monitoramento por satélite tem sido essencial para identificar pontos de mineração ilegal no estado. O uso de tecnologia permite uma resposta mais rápida das autoridades, reduzindo o avanço da degradação ambiental.
Crimes ambientais e punições previstas
De acordo com a legislação vigente, a exploração mineral sem licença é crime ambiental com pena de até cinco anos de prisão e multa. O Ipaam informou que os responsáveis pelo garimpo ilegal em Maués serão autuados e poderão responder também por crime de poluição e associação criminosa.
As investigações estão em andamento e devem apontar os financiadores das atividades, já que o garimpo operava com estrutura de grande porte e investimento elevado. As autoridades também avaliam se houve envolvimento de servidores públicos locais.
Combate ao garimpo ganha reforço no Amazonas
O governo estadual anunciou que novas operações estão previstas para as próximas semanas, com foco em municípios do sul e sudeste do estado, onde há registros de aumento das atividades ilegais. A fiscalização do garimpo ilegal em Maués é vista como um modelo de resposta rápida e integração entre instituições.
O Ipaam reafirmou o compromisso de manter vigilância permanente sobre áreas críticas e destacou que o combate ao garimpo ilegal é essencial para proteger a biodiversidade amazônica e garantir o equilíbrio ambiental.