O mundo artístico e os fãs da televisão brasileira estão de luto neste fim de semana após a confirmação do falecimento da ex-chacrete Lia Hollywood. A artista, que marcou uma geração inteira com sua carisma e dança nos palcos do programa do Velho Guerreiro, não resistiu às complicações decorrentes de um grave incidente ocorrido há mais de um mês. Lia estava internada na unidade de terapia intensiva do Hospital Municipal Evandro Freire, localizado na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde lutava bravamente pela vida. A notícia de sua partida encerra um capítulo doloroso que começou com um momento de lazer transformado em tragédia e reacende debates sobre segurança e posse responsável de animais.
A ex-dançarina, cujo nome verdadeiro era Maria da Glória, deu entrada na unidade hospitalar com ferimentos severos que comprometeram sua saúde de forma sistêmica. Segundo informações divulgadas por familiares e pela equipe médica, o quadro evoluiu para uma infecção generalizada, quadro clinicamente conhecido como sepse, que acabou por causar a falência múltipla de órgãos. A batalha de Lia durou cerca de trinta dias, período em que amigos, familiares e antigos colegas de palco se uniram em correntes de oração e pedidos de recuperação nas redes sociais. Infelizmente, a gravidade das lesões iniciais e a agressividade da infecção tornaram o quadro irreversível nas últimas 48 horas.
Tragédia com ex-dançarina e o animal
O episódio que culminou na morte da artista ocorreu na Região dos Lagos, especificamente na cidade de Cabo Frio, um destino turístico popular no estado do Rio de Janeiro. De acordo com relatos preliminares e registros policiais, o Lia Hollywood ataque pitbull aconteceu enquanto a ex-chacrete estava na praia. O animal, que segundo testemunhas circulava sem os equipamentos de segurança obrigatórios por lei, como focinheira e guia curta, avançou sobre a artista de forma inesperada. A força da mordida causou dilacerações profundas, atingindo principalmente os membros inferiores e áreas com grande vascularização, o que provocou hemorragia imediata e exposição de tecidos.
A violência do ataque chocou quem estava no local. Banhistas e transeuntes tentaram intervir para afastar o cão, mas o estrago físico já havia sido considerável quando o socorro foi acionado. A ex-chacrete foi levada às pressas para o atendimento de emergência local, mas devido à complexidade dos traumas e ao risco iminente de complicações, precisou ser transferida para a capital fluminense. O caso traz à tona, mais uma vez, a discussão sobre a responsabilidade civil e criminal dos tutores de cães de grande porte e potencial ofensivo. A legislação estadual do Rio de Janeiro é rigorosa quanto à circulação desses animais em vias públicas, mas a fiscalização e o cumprimento das normas ainda são desafios constantes que colocam vidas em risco.
Agressão canina fatal contra a artista
Durante o longo período de internação, o corpo de Lia Hollywood enfrentou uma verdadeira maratona de procedimentos médicos. As feridas causadas pelas presas do animal serviram como porta de entrada para bactérias agressivas, que rapidamente se espalharam pela corrente sanguínea. A infecção generalizada é uma das complicações mais temidas em casos de ataques de animais, pois a boca dos cães possui uma microbiota vasta que, em contato com tecidos profundos humanos, pode ser letal. Os médicos utilizaram antibióticos de largo espectro e realizaram desbridamentos cirúrgicos na tentativa de conter o avanço da necrose e da sepse, mas o sistema imunológico da ex-dançarina acabou sucumbindo.
Além da infecção, o trauma psicológico e o choque hipovolêmico inicial contribuíram para fragilizar a saúde da artista. A família relatou que, apesar da dor e do sofrimento físico, Lia manteve a esperança de recuperação durante boa parte do tempo. A notícia de sua piora súbita no fim de semana pegou muitos de surpresa, transformando a esperança em luto. O enterro e o velório devem reunir personalidades da velha guarda da televisão, que lembram de Lia não como a vítima de uma tragédia, mas como a mulher vibrante que alegrava as tardes de sábado de milhões de brasileiros. O legado de alegria que ela construiu em vida contrasta cruelmente com a forma violenta de sua partida.
Episódio violento envolvendo a celebridade
Para entender a dimensão da perda, é necessário relembrar quem foi Lia Hollywood no cenário cultural do Brasil. Ela integrou o seleto grupo das “Chacretes”, as assistentes de palco de José Abelardo Barbosa, o Chacrinha, entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1980. Não eram apenas dançarinas; eram ícones de moda, comportamento e sensualidade de uma era pré-internet. Lia se destacava por sua presença cênica e carisma, ganhando o apelido “Hollywood” justamente por sua postura de estrela. Participar do “Cassino do Chacrinha” era o auge para qualquer artista da época, e Lia viveu intensamente esse período dourado da TV.
Mesmo após o fim do programa e a morte de Chacrinha, Lia manteve-se ativa na memória dos fãs, participando de encontros, entrevistas e especiais que homenageavam o Velho Guerreiro. Ela também teve passagens por outros programas de auditório, como o do palhaço Bozo, mostrando sua versatilidade no entretenimento. Sua morte não apaga apenas uma vida, mas um pedaço da história viva da televisão nacional. Amigos próximos, como outras ex-chacretes, manifestaram sua dor, lembrando das dificuldades que a classe artística enfrenta na terceira idade e da fatalidade que abreviou a vida da colega de forma tão abrupta e evitável.
Impacto do ferimento causado pela fera
A morte de Lia Hollywood reacende o debate legislativo e social sobre raças de cães como o Pitbull, Rottweiler e outros de grande porte. Especialistas em comportamento animal e advogados alertam que o problema raramente está no animal em si, mas na criação e na irresponsabilidade dos tutores. O incidente em Cabo Frio poderia ter sido evitado com o uso simples de uma focinheira, item obrigatório e barato. A impunidade em casos anteriores cria uma sensação de que as normas de segurança são opcionais, até que uma tragédia ocorra. A polícia deve investigar as circunstâncias exatas do ataque, e o tutor do animal pode responder por homicídio culposo ou até doloso (dolo eventual), dependendo da análise do risco assumido.
A sociedade cobra justiça não apenas pela memória de Lia, mas para que outras famílias não passem pela mesma dor. O ataque que vitimou a ex-chacrete entra para uma estatística triste e crescente de incidentes graves envolvendo cães soltos em áreas de lazer. Enquanto os fãs se despedem da “Lia do Chacrinha”, fica o alerta severo para as autoridades e para os donos de animais: a negligência mata. Que a imagem final de Lia Hollywood seja a de seus dias de glória nos palcos, mas que a causa de sua morte sirva de lição permanente para a cidadania e o respeito às leis de convívio em espaços públicos.
