Tocantins ganha parque 100% acessível em Palmas

Governador em exercício Laurez Moreira participa de inauguração do primeiro parque totalmente inclusivo do estado e anuncia obra na instituição que atende pessoas com deficiência.

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Governador Laurez Moreira ao centro segurando placa do projeto do Parque Inclusivo Anna Laura cercado por primeira-dama Ângela Prudente, crianças e comunidade durante inauguração em Palmas
Governador em exercício Laurez Moreira, primeira-dama Ângela Prudente e comunidade apresentam projeto do Parque Acessível Anna Laura durante cerimônia de inauguração em Palmas no dia 22 de novembro de 2025

O Tocantins inaugurou seu primeiro parque 100% acessível no sábado, 22 de novembro. O Parque Acessível Anna Laura, localizado em Palmas, foi adotado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais local. O governador em exercício Laurez Moreira participou da cerimônia ao lado da primeira-dama e desembargadora Ângela Prudente. Durante o evento, Moreira anunciou a autorização da cobertura da quadra de esportes da Apae. A obra doada pelo Projeto Alpapato visa promover integração social entre crianças com e sem deficiência. Este é o décimo parque instalado no Brasil seguindo esse modelo de total acessibilidade.

A iniciativa beneficia diretamente a população tocantinense com deficiência, que representa 9,3% dos habitantes segundo Censo do IBGE de 2022. Esse percentual equivale a aproximadamente 146 mil pessoas no estado. O parque oferece brinquedos adaptados que estimulam funções motoras, cognitivas e sensoriais simultaneamente. Crianças podem compartilhar brincadeiras e experiências independentemente de suas capacidades físicas ou mentais. O espaço fortalece autoestima, autonomia e inclusão através da convivência entre diferentes perfis. A estrutura promove recreação segura e atividades inclusivas ao ar livre em ambiente totalmente preparado.

Estado inaugura área totalmente adaptada para crianças especiais

O governador Laurez Moreira celebrou mais que a inauguração de um espaço físico durante o evento. Ele enfatizou que o momento representa celebração do respeito à dignidade e ao desenvolvimento infantil. Moreira declarou que inclusão não constitui gesto de boa vontade, mas sim compromisso obrigatório do Estado. O governo tocantinense já apoia a Apae com servidores cedidos das áreas de saúde, educação e apoio operacional. O gestor prometeu seguir fortalecendo essa parceria institucional nos próximos meses e anos. Moreira manifestou desejo que a unidade palmense se torne referência nacional em atendimento a pessoas com deficiência.

O anúncio da cobertura da quadra de esportes da Apae complementa investimentos na infraestrutura da instituição. A obra ampliará conforto dos assistidos durante atividades físicas e recreativas em dias de sol ou chuva. A medida permite continuidade de atendimentos independentemente das condições climáticas ao longo do ano. Servidores cedidos pelo governo estadual trabalham diretamente na instituição oferecendo suporte especializado. Essa parceria demonstra compromisso concreto com políticas públicas de inclusão social sustentáveis. Críticos apontam, contudo, que investimentos deveriam ter sido realizados anos atrás para antecipar demandas crescentes.

Empresário concretiza homenagem particular através de projeto social

Rodolfo Henrique Fischer, empresário idealizador do projeto, manifestou emoção ao ver iniciativa concretizada na capital. Fischer destacou que estar presente na inauguração da primeira praça totalmente acessível do Tocantins representa privilégio pessoal. O parque marca etapa significativa na realização de objetivo de vida: homenagear Ana Laura. O empresário afirmou que o espaço constitui presente dela para família e principalmente para usuários. Fischer propõe difundir cultura de parques acessíveis, ainda pouco comuns no Brasil e inexistentes na região. O idealizador reforça importância de manter parques inclusivos, funcionais e construídos com materiais orgânicos sustentáveis.

O Projeto Alpapato responsabilizou-se pela doação completa da obra à comunidade palmense e instituição. A iniciativa particular demonstra como setor privado pode contribuir significativamente para políticas públicas de inclusão. Fischer coordena esforços para replicar modelo em outras cidades brasileiras através de parcerias público-privadas. Especialistas reconhecem que infraestrutura inclusiva ainda enfrenta resistência em muitos municípios por questões orçamentárias. O modelo de doação apresenta alternativa viável para acelerar implementação de espaços acessíveis. Entretanto, críticos argumentam que Estado não deveria depender exclusivamente de iniciativas particulares para garantir direitos básicos.

Voluntária destaca esforço coletivo ao longo de anos

Vilma Maria, presidente da Apae de Palmas e voluntária há 19 anos, qualificou inauguração como grande vitória. Ela destacou que parque resultou de esforço de muitas pessoas ao longo dos últimos anos. Quando a instituição adotou o espaço, começou buscar condições necessárias para concretizar obra. Vilma conhece profundamente como instituição transforma vidas de assistidos e familiares através de atendimentos especializados. A presidente reconhece que trabalho só continua graças apoio da comunidade e especialmente do governo estadual. Sem essa parceria, seria impossível manter atendimentos regulares e ver projeto do parque finalizado efetivamente.

A Apae de Palmas atende centenas de crianças e adultos com diferentes tipos de deficiência. A instituição oferece terapias ocupacionais, fonoaudiologia, fisioterapia e acompanhamento psicológico regularmente. Profissionais especializados trabalham desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e socioemocionais dos assistidos. Familiares recebem orientação e apoio psicológico para lidar com desafios cotidianos da convivência. O novo parque amplia possibilidades terapêuticas ao oferecer ambiente de estimulação ao ar livre. Porém, organizações de defesa de direitos alertam que investimentos pontuais não substituem políticas públicas abrangentes permanentes.

Infraestrutura promove convivência entre diferentes capacidades infantis

O parque permite convivência simultânea de crianças com e sem deficiência em mesmo espaço físico. Brinquedos adaptados atendem necessidades específicas sem excluir crianças neurotípicas das atividades propostas. Gangorras, balanços e escorregadores possuem adaptações para cadeirantes e crianças com mobilidade reduzida. Painéis sensoriais estimulam desenvolvimento cognitivo através de texturas, cores e sons variados simultaneamente. Pisos táteis facilitam locomoção de pessoas com deficiência visual por todo perímetro do parque. A estrutura elimina barreiras arquitetônicas que tradicionalmente impedem participação plena de pessoas com deficiência.

Especialistas em desenvolvimento infantil reconhecem benefícios da convivência entre crianças de diferentes capacidades desde cedo. A interação promove empatia, respeito às diferenças e desconstrução de preconceitos arraigados socialmente. Crianças sem deficiência aprendem naturalidade no contato com diversidade humana em suas múltiplas formas. Crianças com deficiência desenvolvem maior autoconfiança ao perceberem-se incluídas e valorizadas pelos pares. A recreação compartilhada fortalece vínculos sociais fundamentais para construção de sociedade verdadeiramente inclusiva. Todavia, educadores alertam que infraestrutura física sozinha não garante inclusão sem formação adequada de mediadores.

População com deficiência representa parcela significativa do estado

Os dados do IBGE revelam que quase 10% da população tocantinense convive com alguma forma de deficiência. Esse contingente de 146 mil pessoas enfrenta barreiras diárias em mobilidade, comunicação e acesso a serviços. Deficiências motoras, visuais, auditivas e intelectuais apresentam desafios específicos que requerem adaptações diferenciadas. A construção de espaços acessíveis amplia oportunidades de inclusão e participação social efetiva desse público. Iniciativas como o parque garantem direito constitucional ao lazer acessível para todos os cidadãos. Programas de acessibilidade estimulam autonomia, interação e participação plena na comunidade local e regional.

Apesar de avanços recentes, Tocantins ainda apresenta déficit significativo em infraestrutura acessível comparado a estados. Calçadas irregulares, transporte público inadequado e falta de rampas dificultam mobilidade urbana diariamente. Escolas públicas frequentemente carecem de recursos para atendimento educacional especializado adequado às necessidades individuais. Serviços de saúde nem sempre dispõem de equipamentos e profissionais capacitados para atendimentos específicos. Movimentos sociais de pessoas com deficiência reivindicam políticas estruturantes que vão além de inaugurações pontuais. Especialistas defendem que inclusão genuína exige transformação cultural profunda associada a investimentos contínuos e planejamento.

Projeto Alpapato replica modelo em diferentes regiões brasileiras

O Projeto Alpapato já instalou nove parques acessíveis em diferentes estados brasileiros antes de Palmas. A iniciativa busca expandir rede de espaços inclusivos em regiões com carência de infraestrutura adaptada. Fischer e equipe selecionam locais estratégicos onde impacto social será mais significativo para comunidades. Prefeituras e instituições parceiras responsabilizam-se pela manutenção após inauguração dos espaços doados integralmente. O modelo incentiva replicação por outras organizações e governos interessados em promover acessibilidade universal. Materiais orgânicos utilizados na construção reduzem impacto ambiental e garantem maior durabilidade em condições climáticas adversas.

A expansão de parques acessíveis pelo Brasil reflete tendência internacional de desenho universal na arquitetura. Países europeus e norte-americanos implementaram normas rigorosas de acessibilidade em espaços públicos décadas atrás. Brasil avançou legislação mas enfrenta desafios na fiscalização e implementação efetiva das normas vigentes. A Lei Brasileira de Inclusão completa nove anos em 2024, porém municípios relatam dificuldades orçamentárias. Organizações da sociedade civil desempenham papel fundamental ao pressionar gestores e oferecer soluções inovadoras. Contudo, dependência de iniciativas privadas expõe fragilidades na responsabilização estatal por direitos fundamentais garantidos constitucionalmente.

Apoio governamental inclui cessão de servidores especializados para instituição

O governo do Tocantins disponibiliza servidores públicos das áreas de saúde e educação para Apae. Esses profissionais atuam diretamente no atendimento aos assistidos com remuneração mantida pelo estado. A cessão garante continuidade de serviços essenciais sem sobrecarregar orçamento limitado da instituição filantrópica. Professores especializados em educação especial desenvolvem atividades pedagógicas adaptadas às capacidades individuais. Profissionais de saúde oferecem acompanhamento multidisciplinar incluindo fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia regularmente. Apoio operacional facilita manutenção da estrutura física e organização administrativa da entidade assistencial.

Essa parceria público-privada representa modelo de cooperação que pode ser replicado em outras unidades. Estados com orçamentos limitados enfrentam dificuldades para manter estruturas estatais exclusivas de atendimento especializado. A estratégia de fortalecer instituições já estabelecidas através de cessão de pessoal otimiza recursos públicos. Especialistas em gestão pública reconhecem eficiência do modelo quando há fiscalização adequada e transparência. Críticos argumentam, entretanto, que modelo pode perpetuar terceirização de responsabilidades estatais indelegáveis. Movimentos sociais defendem que Estado deve estruturar rede própria de atendimento além de apoiar iniciativas.

Desafios permanecem apesar de avanços em políticas de inclusão

A inauguração do parque representa avanço significativo mas não resolve todos desafios da inclusão. Especialistas apontam necessidade de investimentos continuados em múltiplas frentes simultaneamente para transformação social efetiva. Acessibilidade física precisa ser acompanhada por mudanças atitudinais na sociedade para combater capacitismo estrutural. Formação de professores, profissionais de saúde e servidores públicos em geral requer investimento permanente. Campanhas educativas ajudam desconstruir estereótipos e preconceitos arraigados contra pessoas com deficiência historicamente. Participação de pessoas com deficiência em processos decisórios garante que políticas atendam realmente suas necessidades.

Dados nacionais revelam que pessoas com deficiência enfrentam taxas mais altas de desemprego e subemprego. O acesso ao ensino superior permanece restrito apesar de cotas e legislação de apoio existentes. Sistemas de transporte público adaptado ainda são insuficientes em maioria das cidades brasileiras atualmente. Tecnologias assistivas frequentemente têm custos proibitivos para famílias de baixa renda sem políticas robustas. Organizações internacionais monitoram cumprimento da Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência pelo Brasil. O país avançou em legislação mas implementação prática ainda deixa lacunas significativas que afetam milhões.

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