Veja o Vídeo: Fogos atingem multidão e ferem espectadores no RS

Falha no show pirotécnico direcionou explosões para a plateia em vez do céu, equipes de resgate atenderam vítimas com queimaduras enquanto polícia interdita local para perícia técnica urgente.

Montagem com três fotos mostrando o momento em que fogos de artifício explodem no chão e atingem o público durante um show de Natal no RS.
Sequência de imagens capturadas por espectadores mostra o exato momento em que uma bateria de fogos de artifício falha, explodindo próxima à multidão e causando pânico e ferimentos durante a celebração.

O que deveria ser uma noite mágica de abertura das festividades natalinas no Rio Grande do Sul transformou,se em momentos de terror e desespero para centenas de famílias presentes em um evento público neste fim de semana. Um show de fogos de artifício, programado para encerrar a chegada do Papai Noel e iluminar o céu da cidade, sofreu uma falha técnica catastrófica, fazendo com que os artefatos explodissem em direção à multidão aglomerada na praça central. O incidente, registrado por diversos celulares de espectadores, mostra o momento exato em que a admiração pelas luzes dá lugar aos gritos de dor e ao corre,corre desenfreado em busca de abrigo.

A falha ocorreu logo nos primeiros minutos da exibição pirotécnica. Segundo relatos preliminares e vídeos que circulam nas redes sociais, uma das baterias de fogos tombou ou foi acionada com angulação incorreta, disparando os projéteis horizontalmente, na altura das cabeças das pessoas, em vez de verticalmente. O impacto foi imediato, atingindo crianças, idosos e adultos que estavam na primeira linha de observação, uma área que, teoricamente, deveria estar isolada por uma margem de segurança. O estrondo das explosões misturou,se aos pedidos de socorro, criando um cenário de guerra em meio à decoração natalina, com fumaça densa dificultando a visão e a respiração.

Explosões acidentais na plateia gaúcha

Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que já estavam de prontidão no local como parte do protocolo de segurança do evento, agiram rapidamente para iniciar a triagem das vítimas. A situação, no entanto, foi agravada pelo pânico generalizado. Na tentativa de fugir dos disparos, muitas pessoas acabaram sendo pisoteadas ou sofreram quedas, aumentando o número de feridos para além daqueles atingidos diretamente pelas chamas. Hospitais da região acionaram planos de contingência para receber a demanda súbita de pacientes, a maioria apresentando queimaduras de primeiro e segundo graus, lesões auditivas devido ao estrondo próximo e escoriações pelo corpo.

O cenário pós,incidente era desolador. Cadeiras de praia, carrinhos de bebê e pertences pessoais ficaram espalhados pela praça, cobertos por fuligem e resíduos dos fogos de artifício. Pais buscavam desesperadamente por filhos que se perderam na confusão, enquanto voluntários e policiais tentavam organizar o fluxo de saída e isolar a área onde a bateria defeituosa ainda representava risco. A Brigada Militar isolou o perímetro para permitir o trabalho da perícia, que será fundamental para determinar se houve erro humano na montagem, falha de fabricação do produto ou negligência quanto às distâncias de segurança exigidas pela legislação estadual.

Falha nos artifícios fere espectadores

Testemunhas oculares descreveram a cena como “um filme de terror”. Moradores relataram que sentiram o calor das explosões e viram faíscas atingindo roupas e cabelos de quem estava próximo. A proximidade da bateria de fogos com o público é um dos pontos centrais da crítica e da investigação que se inicia. Especialistas em segurança de eventos apontam que a Norma Técnica do Corpo de Bombeiros exige distanciamentos rigorosos, calculados com base no calibre e na potência da carga explosiva. Se for comprovado que essa distância não foi respeitada para “melhorar a visibilidade” ou por falta de espaço, os organizadores e a empresa contratada poderão responder criminalmente por lesão corporal culposa ou até dolo eventual.

Além das queimaduras físicas, o trauma psicológico é uma preocupação latente, especialmente para as crianças que associavam o momento a uma celebração lúdica. Psicólogos alertam que eventos traumáticos em situações de lazer podem gerar fobias duradouras e estresse pós,traumático. A prefeitura da cidade emitiu uma nota oficial lamentando profundamente o ocorrido e prometendo suporte integral às vítimas e seus familiares. O executivo municipal também anunciou a suspensão imediata de qualquer outro show pirotécnico previsto para a programação de Natal até que todas as causas sejam esclarecidas e a segurança seja reavaliada.

Incidente com pirotecnia no sul

A Polícia Civil já instaurou inquérito para apurar as responsabilidades. O delegado responsável pelo caso solicitou as imagens das câmeras de segurança do entorno e vídeos gravados pelo público para entender a dinâmica da falha. A empresa de pirotecnia, contratada via licitação, terá que apresentar os laudos dos equipamentos, a certificação dos “blasters” (profissionais habilitados para manusear fogos) e o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) específico para o evento. No Rio Grande do Sul, a legislação sobre fogos de artifício tem se tornado cada vez mais restritiva, priorizando fogos de baixo estampido, mas a segurança física contra a projeção de detritos continua sendo um desafio operacional.

A questão da fiscalização prévia também entra na pauta. É necessário verificar se a vistoria do local foi realizada corretamente e se a barreira física de contenção era adequada. Em muitos casos, a ânsia de proporcionar um espetáculo visualmente impactante leva à subestimação dos riscos. A bateria de fogos que falhou foi recolhida pelos peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que analisarão se houve defeito de fabricação ou se o suporte de fixação cedeu, causando o tombamento. A responsabilidade técnica recai sobre o engenheiro ou responsável que assinou a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do evento.

Perigo dos fogos em eventos abertos

Este acidente reacende o debate nacional sobre a pertinência e a segurança de shows pirotécnicos em áreas urbanas densamente povoadas. Embora tradicionais, os fogos de artifício representam um risco intrínseco que exige tolerância zero para erros. A Associação Brasileira de Pirotecnia defende que, quando seguidas as normas, os espetáculos são seguros, atribuindo incidentes à imprudência ou ao uso de materiais clandestinos. No entanto, para as vítimas deste fim de semana no RS, a estatística de segurança falhou. A discussão agora se volta para a proibição total ou a migração para shows de luzes com drones e lasers, tecnologias que eliminam o risco de explosão e queimaduras.

O impacto no sistema de saúde local foi absorvido, mas serviu de alerta. Médicos que atenderam as vítimas relataram que, por sorte, não houve explosões de grande magnitude atingindo órgãos vitais, o que poderia ter transformado o acidente em uma tragédia com mortes. O tratamento de queimaduras é doloroso e lento, exigindo curativos diários e, em alguns casos, enxertos de pele. As vítimas deverão passar por exames de corpo de delito nos próximos dias para dimensionar a gravidade das lesões, o que influenciará diretamente na tipificação do crime e nas indenizações cíveis que certamente serão pleiteadas contra o município e a empresa organizadora.

A repercussão do caso serve de alerta para todas as prefeituras do país que se preparam para as festas de Réveillon. A revisão dos protocolos de segurança, o aumento da distância entre os fogos e o público e a exigência de barreiras de proteção mais robustas tornam,se imperativos. O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) deve acompanhar o caso de perto, atuando não apenas na punição dos culpados, mas na recomendação de medidas preventivas para evitar que o espírito natalino seja novamente ofuscado pela negligência e pela dor. A segurança da população deve estar sempre acima do espetáculo, e o que se viu no RS foi uma falha inaceitável nessa prioridade básica.

A comunidade local, ainda em choque, tenta retomar a rotina, mas o clima de festa foi substituído pela preocupação e pela solidariedade aos feridos. Vigílias e correntes de oração foram organizadas nas redes sociais. O incidente deixa uma cicatriz na história da cidade e serve como um lembrete severo de que a manipulação de explosivos, mesmo com fins festivos, não admite improvisos. A investigação deve ser célere e transparente, dando uma resposta à sociedade que confiava na segurança de um evento público oficial.

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