Veja o Vídeo: Mulher tem pernas amputadas após ser arrastada por ex

Tentativa de feminicídio choca São Paulo: ex-namorado atropela jovem, arrasta corpo por metros e foge sem prestar socorro; vítima perdeu as duas pernas.

Montagem com três quadros de vídeo: dois de câmeras de segurança e um de celular, mostrando um carro preto em movimento atropelando e arrastando uma mulher em uma via pública durante o dia.
Registros de vídeo mostram o momento em que o veículo conduzido pelo suspeito arrasta a vítima pela rua antes de acessar a Marginal Tietê.

Um crime de extrema violência contra a mulher abalou a cidade de São Paulo neste fim de semana. Uma mulher de 31 anos, cuja identidade está sendo preservada, teve as duas pernas amputadas após ser atropelada e arrastada por um carro conduzido pelo seu ex-namorado, identificado pela Polícia Civil como Douglas Alves da Silva. O crime ocorreu na manhã de sábado (29), na região da Vila Maria, Zona Norte da capital, e culminou na Marginal Tietê, uma das vias mais movimentadas do país. O caso foi registrado como tentativa de feminicídio e mobiliza as forças de segurança na busca pelo suspeito, que fugiu do local sem prestar socorro e permanece foragido.

Segundo informações do Boletim de Ocorrência registrado no 73º Distrito Policial (Jaçanã), a vítima estava acompanhada de uma amiga em um bar na Rua Tenente Amaro Felícíssimo quando foi surpreendida pelo agressor. Testemunhas relataram que Douglas jogou o veículo contra as duas mulheres na calçada. Enquanto a amiga sofreu ferimentos leves, a ex-namorada foi atingida em cheio e ficou presa à estrutura inferior do automóvel. Em um ato de crueldade deliberada, o motorista não parou o veículo e acelerou, arrastando o corpo da vítima por diversos metros até acessar a pista da Marginal Tietê, onde ela finalmente se soltou, ficando gravemente ferida no asfalto.

O socorro foi acionado por motoristas que presenciaram a cena de horror. A vítima foi levada às pressas para o Hospital Municipal Vereador José Storopolli (Vermelhinho), na Vila Maria. Devido à gravidade das lesões e ao esmagamento dos membros inferiores, a equipe médica precisou realizar a amputação traumática de ambas as pernas abaixo do joelho. De acordo com as últimas atualizações médicas, a mulher encontra-se intubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado considerado estável, mas delicado. Ela passou por cirurgias de emergência e recebeu transfusões de sangue para compensar a hemorragia severa sofrida durante o arrastamento.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que a principal linha de investigação é tentativa de feminicídio, motivada pela não aceitação do fim do relacionamento por parte de Douglas. O delegado responsável pelo caso já solicitou a prisão preventiva do suspeito. Imagens de câmeras de segurança de comércios locais e da própria via expressa foram recolhidas e mostram o momento exato do atropelamento e a fuga do veículo, provas que serão fundamentais para a condenação do agressor.

Suspeito identificado e procurado

A caçada a Douglas Alves da Silva tornou-se prioridade para a Polícia Civil de São Paulo. O agressor, que já foi qualificado no inquérito, abandonou a cena do crime deixando para trás um rastro de sangue e indignação. Investigadores realizam diligências em endereços ligados ao suspeito e monitoram possíveis rotas de fuga. A divulgação da identidade e da foto de Douglas é vista como estratégia para receber denúncias anônimas da população, que podem levar ao seu paradeiro. O carro utilizado no crime, que deve apresentar avarias na parte frontal e inferior, também é alvo de buscas para perícia técnica.

O modus operandi do crime revela um perfil de agressividade extrema e desprezo pela vida humana. O fato de ter arrastado a vítima por uma longa distância, ignorando os gritos e a presença de testemunhas, qualifica o crime com agravantes de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Juristas avaliam que, se condenado, Douglas poderá enfrentar uma pena superior a 20 anos de prisão, considerando as qualificadoras do feminicídio tentado e as lesões corporais gravíssimas permanentes causadas à ex-companheira.

A violência do episódio reacende o debate sobre a eficácia das medidas protetivas e a proteção à mulher no Brasil. Amigos da vítima relataram informalmente que o relacionamento era conturbado e marcado por ciúmes excessivos. A tragédia na Marginal Tietê não é um caso isolado, mas parte de uma estatística alarmante de violência doméstica que muitas vezes culmina em barbárie em vias públicas. A sensação de impunidade, quebrada apenas pela prisão rápida do agressor, é o que a família da vítima clama neste momento de dor irreparável.

A defesa de Douglas Alves da Silva ainda não se manifestou publicamente. A polícia orienta que qualquer pessoa que tenha informações sobre o paradeiro do suspeito entre em contato imediatamente pelo Disque Denúncia (181) ou pelo telefone de emergência da Polícia Militar (190). O sigilo é garantido. Enquanto o agressor não é capturado, a família da vítima se reveza no hospital, aguardando a recuperação da jovem que terá que reaprender a viver diante de uma nova e dura realidade física.

Drama na recuperação hospitalar

A batalha pela vida continua dentro da UTI. A amputação de ambos os membros inferiores representa um trauma físico e psicológico devastador para uma mulher de 31 anos. Especialistas em trauma explicam que as primeiras 48 horas após a cirurgia são críticas para evitar infecções generalizadas, dado o contato dos ferimentos com o asfalto contaminado da via expressa. A equipe multidisciplinar do hospital, incluindo psicólogos e assistentes sociais, já foi acionada para dar suporte aos familiares, que estão em estado de choque.

A repercussão do caso gerou uma onda de solidariedade nas redes sociais, com internautas cobrando justiça e oferecendo ajuda para a futura reabilitação da vítima. Vaquinhas virtuais e campanhas de doação de sangue estão sendo organizadas por amigos para auxiliar nos custos do tratamento e na aquisição futura de próteses, que serão essenciais para a retomada da autonomia da jovem. O caso transcende a página policial e toca na ferida social da violência de gênero, mobilizando a opinião pública contra a brutalidade masculina.

O Hospital Municipal Vereador José Storopolli informou que não divulgará boletins médicos detalhados sem a autorização da família, respeitando a privacidade da paciente. No entanto, fontes internas confirmam que a sedação está sendo retirada gradualmente para avaliar a resposta neurológica da vítima. O caminho para a recuperação será longo, envolvendo meses de fisioterapia e adaptação, mas a prioridade agora é garantir a sobrevivência da jovem que foi brutalmente atacada por quem dizia amá-la.

Este crime bárbaro na Marginal Tietê serve como um triste lembrete de que o feminicídio não escolhe hora nem lugar. Ele acontece dentro de casa, na saída de um bar e nas vias mais movimentadas da maior cidade do país. A resposta da sociedade e da justiça deve ser à altura da gravidade do ato: implacável com o agressor e totalmente acolhedora com a vítima.

Polícia investiga rota de fuga

A inteligência da Polícia Civil trabalha para refazer os passos de Douglas após o crime. A análise das câmeras do sistema Detecta, que monitora placas de veículos em São Paulo, é crucial para saber se o suspeito fugiu para o interior, litoral ou se permanece escondido na região metropolitana. O cerco eletrônico pode apontar o trajeto exato do veículo logo após deixar a Marginal Tietê. A hipótese de que ele tenha recebido ajuda de terceiros para se esconder ou abandonar o carro também é investigada.

O delegado titular do 73º DP afirmou que o inquérito será concluído rapidamente, dada a materialidade das provas e a identificação da autoria. “Não há dúvidas sobre a intenção de matar”, declarou a autoridade policial em coletiva. A prisão preventiva é necessária não apenas para garantir a aplicação da lei penal, mas para proteger a vítima e seus familiares, que temem que o agressor possa tentar terminar o que começou caso permaneça em liberdade.

A sociedade aguarda uma resposta rápida. A imagem de uma mulher sendo arrastada em via pública é inaceitável e exige uma ação enérgica do Estado. A prisão de Douglas Alves da Silva não trará as pernas da vítima de volta, mas será o primeiro passo para restaurar o senso de justiça em meio a tanta barbárie.

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