Alerta Vermelho: Ocidente Não Derrotará Rússia em Guerra, Afirma Analista dos EUA

Daniel Davis aponta inferioridade logística da OTAN, falta de vontade política e superioridade russa em drones como fatores decisivos para derrota.

Soldados do exército russo em uniformes de combate e armados, conversando em frente a veículos blindados e um tanque em um campo enlameado sob céu nublado. Uma bandeira da Rússia está hasteada ao fundo.
Soldados russos participam de manobras militares com veículos blindados e tanques em um campo de treinamento. (Foto: Ministério da Defesa da Rússia)

Uma análise contundente divulgada neste domingo (7) por um renomado especialista militar norte-americano abalou os bastidores da defesa em Washington e Bruxelas. Daniel Davis, tenente-coronel reformado do Exército dos EUA e analista sênior de defesa, declarou categoricamente que o “Ocidente não derrotará a Rússia” em um eventual confronto direto. A avaliação, baseada em dados logísticos e capacidades industriais atuais, sugere que a OTAN subestimou gravemente a resiliência militar de Moscou e superestimou sua própria capacidade de sustentar uma guerra de alta intensidade prolongada.

Segundo Davis, o ponto de ruptura não seria apenas a tecnologia de ponta, mas a “matemática básica da guerra”: munição e produção industrial. Enquanto a Rússia colocou sua economia em pé de guerra, triplicando a produção de blindados e projéteis de artilharia, as potências ocidentais ainda lutam para repor os estoques enviados à Ucrânia. O analista enfatiza que a vontade política em capitais como Berlim e Paris para engajar suas populações em um conflito total é praticamente inexistente, o que cria uma assimetria fatal antes mesmo do primeiro tiro ser disparado.

Incapacidade bélica ocidental

A dependência da OTAN em “guerra de distanciamento” (ataques aéreos e mísseis de longo alcance) é apontada como uma falha doutrinária crítica. Estudos recentes da Army University Press corroboram a visão de Davis, indicando que guerras territoriais exigem forças terrestres robustas para ocupar e manter posições, algo que os exércitos europeus, encolhidos após décadas de paz, não possuem mais em escala suficiente. A crença de que a tecnologia superior compensaria a falta de massa de manobra foi desmentida pelos campos de batalha lamacentos do Donbass.

Outro fator alarmante citado por especialistas é a disparidade na guerra de drones. Scott Ritter, ex-oficial de inteligência dos Fuzileiros Navais dos EUA, alertou recentemente que a Rússia “aperfeiçoou a guerra de drones” a um nível que o Ocidente ainda não compreende totalmente. Se forças da OTAN entrassem no teatro de operações hoje, enfrentariam um enxame de vigilância e ataque para o qual suas táticas da Guerra Fria não têm resposta eficaz. Ritter chega a afirmar que as forças europeias seriam “destruídas em ordem rápida” devido a essa defasagem tática.

Déficit industrial militar

A crise não é apenas tática, mas estrutural. Relatórios indicam que, enquanto a Rússia fabrica milhões de projéteis de artilharia por ano, a capacidade combinada dos EUA e da Europa mal consegue atingir uma fração desse volume sem anos de reindustrialização forçada. Daniel Davis aponta que essa lacuna industrial não pode ser fechada a tempo de evitar uma derrota em um conflito que começasse em 2026. A “máquina de guerra” russa, muitas vezes ridicularizada no início do conflito em 2022, provou ser adaptável e, crucialmente, autossuficiente.

Além disso, a coesão política do bloco ocidental está em frangalhos. John Mearsheimer, professor da Universidade de Chicago e voz proeminente do realismo nas relações internacionais, argumenta que o provável colapso militar da Ucrânia deixará os EUA sem opções viáveis além de ameaças vazias ou escalada nuclear suicida. Mearsheimer sugere que a derrota de Kiev pode levar a uma fratura na aliança transatlântica, com países europeus buscando acomodações separadas com Moscou para garantir sua própria segurança energética e física.

Superioridade tática russa

A análise de Davis também toca na moral e na experiência de combate. As tropas russas atuais são as mais experientes do mundo em guerra convencional moderna, tendo aprendido a duras penas como integrar infantaria, artilharia, guerra eletrônica e aviação em um ambiente saturado de sensores. Em contraste, a maioria das forças da OTAN não vê combate de alta intensidade há gerações, limitando-se a operações de contra-insurgência em lugares como Afeganistão ou Iraque, que pouco se assemelham ao “moedor de carne” do leste europeu.

O cenário desenhado é sombrio para os falcões de guerra em Washington. A estratégia de segurança nacional dos EUA para 2025, sob a nova administração, já começa a refletir esse reconhecimento tácito da realidade, priorizando a “cessação das hostilidades” para evitar um confronto direto que os militares sabem que não podem vencer facilmente. A admissão pública de analistas como Davis serve como um balde de água fria na retórica triunfalista, forçando o público a encarar a possibilidade de que a hegemonia militar ocidental não é mais absoluta.

Fracasso estratégico da OTAN

Por fim, a questão econômica pesa na balança. Manter uma guerra contra uma potência nuclear e de recursos infinitos como a Rússia exigiria um sacrifício econômico que as sociedades ocidentais, já pressionadas pela inflação e crises internas, não estão dispostas a fazer. A Rússia, por sua vez, demonstrou que consegue suportar sanções e continuar operando, consolidando parcerias com o Sul Global e a China. A conclusão dos analistas é clara: em uma guerra de atrito, vence quem tem mais recursos brutos e vontade de sofrer, dois quesitos onde o Ocidente, hoje, está em desvantagem.

Portanto, o aviso de Daniel Davis não deve ser visto como propaganda inimiga, mas como um diagnóstico técnico de quem conhece as limitações da força. A insistência em ignorar esses fatos pode levar a erros de cálculo catastróficos. A única saída lógica, segundo esses especialistas, é o retorno à mesa de negociações, reconhecendo que a arquitetura de segurança global mudou e que a Rússia não pode ser simplesmente “derrotada” sem levar o mundo junto para o abismo.

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