BRICS detém 72% das reservas globais de terras raras

Países do bloco concentram maioria dos minerais estratégicos para tecnologia e transição energética. China lidera com 44 milhões de toneladas, seguida por Brasil com 21 milhões

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Mina a céu aberto de extração de terras raras com formação rochosa exposta e estradas de acesso
BRICS detém 72% das reservas globais de terras raras, minerais essenciais para tecnologia avançada e transição energética

Os países que compõem o BRICS detêm cerca de 72% das reservas mundiais de terras raras atualmente. Nome dado a diversos minerais que possuem aplicação estratégica para a transição energética e geração de produtos. Tal dotação coloca o bloco em grande vantagem no campo de uma nova economia da sustentabilidade.

Porém falta ao grupo uma estratégia conjunta para aproveitamento industrial e formação de cadeias produtivas. Para aprove

itamento da exploração desses minerais estratégicos segundo especialistas consultados. Até o momento, o New Development Bank não apresenta planos específicos para esse objetivo comum dos países membros.

Os minérios que compõem as chamadas terras raras são estratégicos para várias aplicações atuais vinculadas. Ligadas à sustentabilidade nas esferas de inovação tecnológica e transição energética em todo o mundo. As terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos cruciais para o desenvolvimento tecnológico.

China lidera com vantagem expressiva nas reservas minerais

Embora os países do BRICS detenham a maior parte dos depósitos conhecidos dos minerais estratégicos. Nem todos possuem as mesmas quantidades em suas reservas disponíveis para extração e processamento industrial. A China detém as maiores reservas conhecidas somando 44 milhões de toneladas desses minerais críticos atualmente.

O país asiático é também o líder na exploração de terras raras mundialmente reconhecido. Somando 40% do total de exportações globais destes minérios estratégicos essenciais para tecnologia avançada. Em segundo lugar vem a Rússia com 25% das exportações mundiais de terras raras processadas.

O Brasil, apesar de contar com uma disponibilidade desses minerais muito similar à Rússia nacional. Possui no momento baixa exploração e consequentemente exportação reduzida desses elementos químicos estratégicos. Atualmente a produção desses minerais raros também é dominada pela China controlando 95% da cadeia.

Brasil possui segunda maior reserva mundial não explorada

A China controla 95% da cadeia produtiva mundial de terras raras seguida pela Índia atualmente. A Índia detém 3% da cadeia produtiva apesar de possuir uma quantidade muito inferior. Ao Brasil em toneladas de terras raras disponíveis para exploração mineral no subsolo nacional.

O Brasil possui grandes reservas desses elementos com aproximadamente 21 milhões de toneladas de terras raras. Seguido pela Rússia com 12 milhões de toneladas e pela Índia em 5º lugar mundialmente. A Índia apresenta reservas relevantes com 6,9 milhões de toneladas integra o cenário competitivo.

As terras raras possuem uma série de propriedades fluorescentes condutoras e magnéticas incomuns importantes. Possibilitam uma grande quantidade de aplicações tecnológicas em diversos setores da economia moderna. Atualmente são utilizadas na produção de celulares veículos elétricos aviões equipamentos militares e baterias avançadas.

Extração e processamento representam desafios técnicos complexos

Sua extração pode variar em grau de complexidade segundo especialistas do setor mineral. Porém o mais difícil não é sua extração do solo mas sim a separação dos minérios estratégicos. Que realmente importam dos demais elementos que são retirados em conjunto no processo de mineração tradicional.

Considerando que o Brasil possui reservas conhecidas que são significativas da ordem de 21 milhões. Cabe a pergunta recorrente sobre o destino desses recursos naturais estratégicos para o país. Vamos exportar a commodity bruta como sempre fizemos com minérios em geral historicamente falando?

Ou usá-la para promover desenvolvimento industrial nacional e agregação de valor na cadeia produtiva? Sendo detentores de cerca de 72% das reservas mundiais de terras raras os países do BRICS possuem oportunidade. Uma oportunidade de desenvolvimento industrial estratégico e obtenção de protagonismo conjunto no processo global.

Assimetrias impedem coordenação efetiva entre membros do bloco

No entanto existe uma grande assimetria entre estas nações em relação ao desenvolvimento econômico atualmente. E controle dessas tecnologias sendo a China o país que mais investe em suas reservas. E exportação de minerais raros dominando praticamente toda a cadeia de valor agregado existente.

Nesse contexto o BRICS necessita de uma política coordenada de exploração e aproveitamento de terras raras urgentemente. De forma a trazer benefícios para todos os países-membros do bloco econômico em formação. O NDB até o momento da publicação não divulga possuir nenhum fundo específico disponível.

Para atuação conjunta no processo de extração e comercialização desses minerais estratégicos o que beneficiaria todos. O BRICS tem a possibilidade de continuar crescendo em influência internacional com o uso estratégico desse tipo. De minério fundamental para as novas tecnologias e transição energética mundial em andamento.

Investimentos devem abranger pesquisa e proteção ambiental

Investimentos no setor industrial nas esferas de mercado civis e governamentais a curto e médio prazo. Podem direcionar as nações detentoras destes minérios a posições de vantagem industrial global. Ou seja colocá-las na ponta do processo de inovação científico-tecnológica de uma série de produtos.

Que são fundamentais na atualidade para o desenvolvimento da economia moderna digitalizada. O investimento deve abranger também a pesquisa acadêmica visto que o desenvolvimento científico pode levar resultados. A métodos de produção mais baratos e proteção do meio ambiente contra danos da mineração tradicional.

Terras raras formam um grupo de 17 componentes químicos maleáveis e de alta aplicação industrial. E militar como o ítrio o lantânio o escândio e outros mais elementos químicos estratégicos. São indispensáveis para a fabricação dos super condutores carros e equipamentos elétricos celulares e televisões avançadas.

Demanda por terras raras deve aumentar até 2040

De acordo com a Agência Internacional de Energia a demanda pelas terras raras deve aumentar significativamente. Até 2040 impulsionada pela transição energética tornando esse setor um flanco de disputa. Geopolítica entre potências mundiais pela hegemonia tecnológica e industrial nas próximas décadas decisivas.

Atualmente o mercado de terras raras é liderada pela China que domina 90% da cadeia produtiva global. Encurralado pela vantagem de Pequim que usa seus minerais como elemento de pressão política estratégica. O governo norte-americano corre para diversificar suas fontes de terras raras e reduzir dependência chinesa.

No meio da disputa entre Estados Unidos e China está o Brasil que tem a segunda maior reserva. Com 21 milhões de toneladas ou 23% do total mundial mesmo conhecendo apenas 27% do subterrâneo. Nesse contexto o governo norte-americano busca uma cooperação com o Brasil no setor mineral estratégico.

Estados Unidos cortejam Brasil para parcerias em minerais críticos

Enviou diplomatas ao país para negociar com mineradoras brasileiras recentemente sobre cooperação bilateral. O encarregado de Negócios dos EUA no Brasil Gabriel Escobar sugeriu a criação de um grupo. De trabalho para discutir possíveis parcerias entre os países na área de minerais críticos essenciais.

Especialistas afirmam que a expertise da China no setor aliada à disposição de Pequim para transferência. De tecnologia faz do país um parceiro mais vantajoso que os EUA para o Brasil estrategicamente. Os norte-americanos estão longe de ter a expertise chinesa na mineração e processamento de terras raras.

O economista Daniel Santos Kosinski defende que o Brasil adote uma visão pragmática para a situação. Mas considera que a parceria com a China é mais interessante para o desenvolvimento nacional. Os EUA não têm interesse em promover o desenvolvimento de outros países do continente americano historicamente.

China demonstra maior interesse em cooperação com Brasil

Essa é uma região que dentro da geostratégia americana cabe aos EUA se manterem como grande potência. A América do Sul é uma região muito estratégica para a segurança alimentar e energética chinesa. Dessa forma eles também teriam muito a ganhar em uma parceria com o Brasil mutuamente benéfica.

Em troca poderiam usar suas capacidades tecnológicas e produtivas para proporcionar ao país saltos qualitativos. No setor mineral e industrial agregando valor à cadeia produtiva nacional das terras raras. O professor Charles Pennaforte avalia que um bom parceiro no setor é aquele que traz investimentos.

E agregue tecnologias que no futuro permitam ao Brasil explorar e transformar esses materiais nacionalmente. Porém ele considera que uma cooperação com a China seria mais vantajosa estrategicamente falando. Pois Pequim tem sido um importante parceiro do Brasil no ponto de vista geopolítico apoiando em vários.

BRICS pode utilizar vantagem mineral como instrumento geopolítico

O fato dos países que compõe o BRICS possuírem 72% das reservas mundiais de terras raras chama atenção. No cenário que se desenvolve isso confere aos membros do grupo uma alavancagem considerável importante. Dos seus interesses geopolíticos e nacionais diante das potências ocidentais tradicionais no sistema internacional.

No entanto o analista frisa que ter o recurso não basta se não houver estratégia. Para utilizá-los e articulação interna efetiva entre os países membros do bloco econômico. O grupo deveria criar mecanismos para se beneficiar dessa vantagem competitiva no mercado global.

Sem dúvida nenhuma é um ganho é um soft power que deve ser levado em consideração. Para o ideal seria que o Brasil seguisse o caminho da China que alcançou controle extraordinário. Sobre a produção de terras raras com muito investimento em ciência e tecnologia desenvolvimento e autonomia nacional.

Essas seriam as lições que o Brasil poderia aprender ou deveria aprender segundo especialistas. Só que acontece é que a nossa situação é muito diferente infelizmente da realidade chinesa. Nós somos um país que carece terrivelmente de um projeto de país nesse momento histórico decisivo.

Durante a histórica Cúpula do BRICS em Kazan na Rússia o presidente Lula chamou atenção. Para uma vantagem competitiva dos países do grupo juntos contam com 72% das terras raras. E 75% do manganês e 50% do grafite matérias-primas essenciais para indústrias tecnológicas estratégicas mundialmente.

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