Homem detido em Londres após uso de substância química causar evacuação e caos

Suspeito foi capturado por oficiais armados após briga de grupos rivais, Polícia Metropolitana descarta terrorismo mas mantém alerta.

Viaturas de polícia e ambulâncias estacionadas em frente ao Terminal 3 do Aeroporto de Heathrow.
Presença massiva de policiais e socorristas no estacionamento do aeroporto após o incidente (Foto: Reprodução/Redes Sociais).

Um homem foi preso na manhã deste domingo (7) no Aeroporto de Heathrow, em Londres, após um incidente violento envolvendo o uso de uma substância química, supostamente spray de pimenta, que deixou passageiros em pânico e exigiu uma resposta massiva dos serviços de emergência. A confusão, que ocorreu no estacionamento de múltiplos andares do Terminal 3, resultou em pelo menos 21 pessoas atendidas por equipes médicas no local, com cinco delas precisando ser transportadas para hospitais da região devido à gravidade da irritação respiratória e ocular. O episódio gerou atrasos no trânsito local e suspendeu temporariamente as linhas de trem que conectam o aeroporto ao centro de Londres, criando um cenário de caos em um dos hubs aéreos mais movimentados do mundo.

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Agressão química no terminal londrino

O incidente teve início por volta das 8h da manhã (horário local), quando uma discussão acalorada entre dois grupos de indivíduos escalou rapidamente para a violência física. Segundo relatos de testemunhas e confirmação da Polícia Metropolitana (Met Police), um dos envolvidos sacou um dispositivo de dispersão química e pulverizou a substância diretamente contra seus oponentes. No entanto, em um ambiente confinado como o saguão de elevadores do estacionamento, o gás se espalhou velozmente, atingindo dezenas de transeuntes, incluindo famílias com crianças e idosos que apenas transitavam pelo local com suas bagagens.

A reação física das vítimas foi imediata e alarmante, criando uma cena de desespero coletivo. Pessoas começaram a tossir incontrolavelmente, relataram queimação intensa na garganta e nos olhos, e muitas tiveram dificuldade para respirar. O efeito da substância, potencializado pela falta de ventilação imediata na área dos elevadores, causou uma debandada desordenada. Passageiros largaram malas e correram em direção às saídas de emergência, temendo que se tratasse de um ataque terrorista com agentes químicos, uma preocupação constante em grandes centros de transporte europeus.

Equipes do Serviço de Ambulância de Londres, incluindo unidades de resposta a áreas perigosas (HART), foram despachadas para o local em minutos. Os paramédicos montaram uma área de triagem improvisada fora do terminal para descontaminar as vítimas e administrar oxigênio. Embora a maioria dos feridos tenha recebido alta no próprio local após a lavagem dos olhos e estabilização respiratória, o transporte de cinco pessoas para o hospital sublinha a potência da substância utilizada, que a polícia acredita ser um tipo de spray PAVA ou gás CS de alta concentração, proibidos para civis no Reino Unido.

Episódio violento no hub britânico

A resposta das autoridades de segurança foi contundente e reflete o nível de alerta elevado em que o Reino Unido opera. Unidades de policiais armados, que patrulham rotineiramente o aeroporto, cercaram o estacionamento do Terminal 3 minutos após os primeiros chamados de emergência. A visão de oficiais portando fuzis automáticos e equipamentos táticos correndo entre os carros aumentou a tensão entre os viajantes, que ainda não compreendiam a natureza exata do ocorrido. O perímetro foi isolado com cordões de isolamento, e o acesso de veículos ao terminal foi bloqueado, gerando um engarrafamento quilométrico nas vias de acesso ao aeroporto.

Durante a operação de varredura, um homem foi localizado e detido sob suspeita de agressão (assault). Imagens que circularam nas redes sociais mostram o suspeito sendo algemado no chão por oficiais armados, enquanto bombeiros e socorristas trabalhavam ao fundo. A Polícia Metropolitana confirmou que o indivíduo permanece sob custódia em uma delegacia do oeste de Londres e que as investigações continuam para localizar outros envolvidos que fugiram da cena antes da chegada das viaturas. Acredita-se que o grupo agressors tenha se dispersado a pé e em veículos, e câmeras de segurança (CCTV) de todo o complexo aeroportuário estão sendo analisadas para rastrear seus movimentos.

Apesar da gravidade da situação, a polícia foi rápida em comunicar que o incidente não está sendo tratado como terrorismo. A principal linha de investigação aponta para uma disputa pessoal entre indivíduos que se conheciam previamente, descartando a hipótese de um ataque aleatório ou ideológico contra o aeroporto. Contudo, a facilidade com que um confronto pessoal paralisou parte das operações de um aeroporto internacional levanta questões sérias sobre a segurança nas áreas públicas (landside), onde a triagem de segurança rigorosa ainda não foi realizada.

Confusão com substância irritante

Para quem estava no local, a distinção entre uma briga de gangues e um atentado terrorista não era clara, gerando momentos de puro terror. Tom Bate, um passageiro de 27 anos que havia acabado de desembarcar de um voo dos Estados Unidos, descreveu a cena à imprensa local como “absolutamente aterrorizante”. Ele relatou ter visto três homens sem bagagem correndo pelo saguão pouco antes de começar a sentir o gosto de queimado na garganta. “Todo mundo começou a tossir ao mesmo tempo. Foi estranho e assustador. Havia crianças chorando e idosos engasgando”, disse ele, acrescentando que, por alguns momentos, acreditou estar vivenciando um ataque químico coordenado.

A confusão foi amplificada pelo bloqueio das vias de transporte. O serviço Heathrow Express e a Elizabeth Line, vitais para a conexão entre o aeroporto e o centro da cidade, foram suspensos por mais de uma hora a pedido da polícia, para evitar que mais pessoas chegassem à área afetada ou que suspeitos utilizassem os trens para fugir. Passageiros ficaram retidos dentro dos vagões e nas plataformas, recebendo informações fragmentadas pelas redes sociais. O aeroporto de Heathrow emitiu comunicados pedindo que os viajantes checassem o status de seus voos com as companhias aéreas, embora as pistas e os voos em si não tenham sido paralisados, o acesso aos portões de embarque foi severamente prejudicado para quem partia do Terminal 3.

Além disso, o uso de spray de pimenta ou gás lacrimogêneo no Reino Unido carrega implicações legais muito mais pesadas do que em outros países. De acordo com a Seção 5 da Lei de Armas de Fogo de 1968, qualquer spray nocivo é classificado na mesma categoria de armas proibidas que metralhadoras. Portanto, o porte desse tipo de item não é apenas uma infração menor, mas um crime grave que pode levar a penas de prisão significativas, mesmo sem o uso efetivo. O fato de o suspeito ter utilizado a arma em um local público agrava ainda mais a situação jurídica, transformando uma briga em um crime de ordem pública de alta prioridade.

Falha na segurança aeroportuária

Este incidente traz à tona a vulnerabilidade das zonas de acesso público dos aeroportos, conhecidas como “landside”. Diferente das áreas de embarque (“airside”), onde cada passageiro e item é escaneado por raios-X, os estacionamentos e saguões de check-in são abertos ao público geral sem revistas prévias. Isso permitiu que o grupo portasse a substância irritante até o local do confronto sem ser detectado pelos sistemas de segurança tradicionais. Embora não tenha havido falha na triagem de embarque, a ocorrência demonstra como a violência externa pode transbordar para dentro da infraestrutura crítica de transporte, exigindo protocolos de resposta rápida como os vistos hoje.

Consequentemente, a administração do Aeroporto de Heathrow deve revisar as medidas de vigilância nas áreas de estacionamento. O episódio causou prejuízos não apenas aos feridos, mas a milhares de passageiros que perderam voos devido ao trânsito bloqueado ou que ficaram presos no caos logístico. As companhias aéreas, incluindo a Virgin Atlantic e a Delta, que operam majoritariamente no Terminal 3, tiveram que lidar com o reprocessamento de passageiros e bagagens atrasadas. A normalização total das operações só ocorreu no início da tarde, mas o efeito cascata nos horários dos voos pode persistir ao longo do dia.

Por fim, a polícia solicita que qualquer pessoa que tenha filmado a briga ou a fuga dos suspeitos entregue o material às autoridades. O foco agora é identificar e capturar os demais integrantes do grupo que iniciou o ataque. O incidente serve como um lembrete severo de que, mesmo em locais de alta segurança, conflitos interpessoais podem escalar para eventos de grande escala, afetando a vida de inocentes e testando a resiliência dos serviços de emergência. A resposta rápida, no entanto, evitou que uma disputa violenta se transformasse em uma tragédia maior.

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