A crise diplomática entre Venezuela e Estados Unidos atingiu seu ponto de ebulição nesta semana. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, veio a público para rejeitar formalmente e de maneira veemente o que classificou como um “ultimato colonialista” enviado pela administração de Donald Trump. Segundo fontes de inteligência e agências internacionais, a Casa Branca teria estabelecido um prazo de uma semana para que Maduro aceitasse uma transição negociada e deixasse o país, sob pena de enfrentar consequências severas, incluindo um bloqueio naval total e operações cirúrgicas em solo venezuelano.
Em um comício para milhares de apoiadores em Caracas, Maduro adotou um tom de guerra. “Não aceitamos a paz dos escravos, nem a paz das colônias”, bradou o líder chavista, reafirmando que permanecerá no Palácio de Miraflores “independentemente das circunstâncias”. A declaração sepulta, ao menos por enquanto, as tentativas de bastidores de encontrar uma saída honrosa para o regime, que incluíam ofertas de anistia para a cúpula do governo e seus familiares em troca da restauração democrática. A recusa de Maduro em negociar sua saída coloca os dois países em rota de colisão direta, com os EUA já posicionando ativos militares estratégicos na região do Caribe.
A proposta recusada e a contraoferta
Detalhes vazados pelo jornal The New York Times revelam que as negociações secretas envolveram propostas de ambos os lados. Maduro teria sugerido uma transição lenta, de dois a três anos, durante a qual ele permaneceria no poder enquanto preparava novas eleições e abria o setor de petróleo para empresas americanas. A administração Trump, no entanto, considerou o prazo inaceitável, vendo-o como uma tática protelatória para ganhar tempo e reorganizar as forças do regime. A contraproposta americana foi dura: renúncia imediata em troca de não ser processado nos EUA, uma oferta que Maduro agora rechaça publicamente como uma afronta à soberania nacional.
A postura intransigente de Maduro é alimentada pela crença de que qualquer sinal de fraqueza seria fatal para sua liderança interna. Ele acusou Washington de tentar se apropriar das reservas de petróleo da Venezuela — as maiores do mundo — através da força, utilizando o combate ao narcotráfico como pretexto. Para o chavismo, a sobrevivência do regime depende agora da capacidade de mobilizar a base popular e as milícias armadas sob a bandeira do anti-imperialismo, uma retórica que ganha força diante das ameaças explícitas de intervenção vindas do Norte.
Tambores de guerra no Caribe
A resposta dos Estados Unidos à negativa de Maduro já começou a se materializar. O porta-aviões USS Gerald R. Ford e uma frota de navios de guerra foram deslocados para águas próximas à costa venezuelana, oficialmente para missões de combate ao tráfico de drogas, mas com poder de fogo suficiente para impor um bloqueio aéreo e naval completo. Além disso, Trump autorizou a CIA a realizar operações secretas dentro da Venezuela, visando desestabilizar a cadeia de comando militar e preparar o terreno para uma eventual ação mais contundente.
O cenário é de “terrorismo psicológico”, segundo as palavras do próprio Maduro, que afirma que seu país viveu 22 semanas de agressão contínua. A estratégia americana parece ser a de estrangular economicamente o regime e criar uma paranoia interna nas Forças Armadas Bolivarianas, incentivando deserções. No entanto, até o momento, o alto comando militar venezuelano permanece leal a Maduro, pelo menos publicamente, o que torna qualquer intervenção externa uma aposta de altíssimo risco e custo humanitário imprevisível.
O mundo em alerta
A comunidade internacional observa com apreensão a escalada. Países vizinhos, como Brasil e Colômbia, temem que um conflito armado desencadeie uma nova onda de refugiados e desestabilize toda a América do Sul. A Rússia, aliada tradicional de Maduro, já sinalizou preocupação e começou a redirecionar seus cidadãos para fora da zona de perigo, indicando que Moscou leva a sério a possibilidade de um confronto real. A recusa de Maduro em aceitar o “exílio dourado” proposto por Trump deixa poucas opções diplomáticas na mesa.
O impasse atual sugere que os próximos dias serão críticos. Se Trump decidir cumprir suas ameaças, a Venezuela poderá enfrentar um cenário semelhante ao do Panamá em 1989, mas com uma complexidade geopolítica muito maior devido ao apoio russo e chinês a Caracas. Se recuar, a credibilidade do novo governo americano na região ficará abalada. Maduro apostou todas as suas fichas na resistência, desafiando a maior potência militar do planeta a dar o primeiro tiro. A Venezuela entra em dezembro de 2025 na beira do abismo, com seu líder prometendo que “jamais” deixará o poder, custe o que custar.
