Prefeito de Masagua é Assassinado a Tiros em Desfile de Natal

Nelson Luciano Marroquín foi alvejado na aldeia Overo durante celebração com a comunidade, ataque deixa um segurança ferido e expõe violência política na região.

Selfie de Nelson Luciano Marroquín, prefeito de Masagua, vestindo camisa polo branca dentro de um carro.
Nelson Luciano Marroquín, prefeito de Masagua (Guatemala), morto a tiros durante um desfile natalino na aldeia Overo. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A violência política na Guatemala atingiu um novo e trágico patamar na noite deste sábado, 6 de dezembro de 2025. O prefeito de Masagua, Nelson Luciano Marroquín, de 48 anos, foi assassinado a tiros enquanto participava de um desfile natalino na aldeia Overo, no departamento de Escuintla. O crime ocorreu em meio a uma multidão que celebrava as festividades de fim de ano, transformando um momento de alegria em pânico e caos generalizado. Marroquín pertencia ao partido de direita VAMOS, a mesma legenda do ex presidente Alejandro Giammattei, o que adiciona uma camada de tensão política ao caso.

Segundo relatos preliminares e informações confirmadas por autoridades locais, homens armados infiltraram se no evento e dispararam diversas vezes contra o gestor municipal. Além do prefeito, um de seus seguranças também foi atingido pelos disparos e socorrido em estado grave. A audácia dos criminosos, que agiram diante de dezenas de testemunhas, incluindo crianças e idosos, reforça o clima de impunidade que assola a região sul do país.

Homicídio do líder municipal

A ação foi rápida e brutal. Testemunhas afirmam que os atiradores aproveitaram o barulho da celebração para se aproximar de Marroquín sem serem notados imediatamente. Após os disparos, houve correria e gritos de desespero, dificultando a identificação imediata dos autores, que fugiram do local tomando rumo ignorado. Equipes de resgate do Corpo de Bombeiros Voluntários foram acionadas rapidamente e prestaram os primeiros socorros ao prefeito ainda na cena do crime.

Marroquín foi transportado em estado crítico, com múltiplos ferimentos de bala, para o Hospital Nacional de Escuintla. No entanto, apesar dos esforços da equipe médica de emergência, ele não resistiu à gravidade das lesões e teve o óbito confirmado logo após dar entrada na unidade de saúde. A notícia de sua morte gerou comoção imediata entre os moradores de Masagua, onde ele exercia sua liderança política e administrativa.

Atentado contra o político

A filiação de Nelson Marroquín ao partido VAMOS coloca o assassinato sob os holofotes da política nacional guatemalteca. A legenda, que governou o país sob a presidência de Alejandro Giammattei, tem forte influência na região, mas também enfrenta adversários ferrenhos e um histórico de polarização. Até o momento, nenhuma facção criminosa ou grupo político reivindicou a autoria do ataque, e a Polícia Nacional Civil (PNC) iniciou uma operação de busca em todo o departamento de Escuintla para localizar os suspeitos.

Analistas de segurança apontam que o crime pode ter motivações que vão além da disputa partidária, possivelmente ligadas ao crime organizado. Escuintla é uma zona estratégica para rotas de tráfico e atividades ilícitas, e prefeitos da região frequentemente se tornam alvos de coação ou eliminação por parte de grupos que buscam controle territorial. A investigação deverá apurar se Marroquín havia recebido ameaças prévias ou se estava envolvido em disputas locais de poder.

Execução no evento festivo

O cenário escolhido para o crime, um desfile de Natal, choca pela crueldade e desprezo pela vida alheia. O ataque não apenas tirou a vida de uma autoridade pública, mas também traumatizou uma comunidade inteira que buscava um momento de lazer e confraternização. O uso de violência letal em espaços públicos aglomerados é uma tática que visa, além de eliminar o alvo, semear o terror na população, demonstrando a força e o alcance dos grupos criminosos.

Autoridades governamentais condenaram o ato e prometeram rigor na apuração dos fatos. O Ministério Público da Guatemala designou uma força tarefa especial para acompanhar o caso, coletando depoimentos e imagens de câmeras de segurança que possam ter registrado a fuga dos assassinos. A segurança na aldeia Overo foi reforçada com o envio de tropas do exército para garantir a ordem e evitar novos incidentes durante o período de luto e tensão.

Crime político na Guatemala

Este episódio soma se a uma estatística alarmante de violência no país. A Guatemala registra uma taxa de homicídios de aproximadamente 17,65 por 100 mil habitantes, um número significativamente superior à média mundial e que reflete a fragilidade das instituições de segurança pública. Assassinatos de candidatos e ocupantes de cargos eletivos não são raridade, especialmente em áreas rurais onde a presença do Estado é mais fraca e o poder paralelo das gangues e cartéis é mais evidente.

Portanto, a morte de Nelson Luciano Marroquín não é um fato isolado, mas parte de um contexto de insegurança estrutural. A comunidade internacional e organizações de direitos humanos observam com preocupação a escalada da violência política na América Central. O desfecho das investigações será crucial para determinar se haverá justiça ou se este será mais um caso arquivado na longa lista de crimes impunes que marcam a história recente da democracia guatemalteca.

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