Trump anula atos de Biden por uso de “autopen”

Atual presidente americano afirma que documentos assinados mecanicamente pelo antecessor não têm validade constitucional, juristas preveem caos administrativo.

Retrato em close-up de Joe Biden sorrindo amplamente e olhando para a direita, vestindo um terno azul.
Trump anula atos Biden alegando assinatura inválida por "autopen". Medida inédita na Casa Branca promete batalha jurídica histórica.

Uma tempestade jurídica sem precedentes acaba de ser desencadeada em Washington, DC. O presidente Donald Trump anunciou nesta semana uma medida que pode reescrever a história recente dos Estados Unidos: a intenção de anular centenas de documentos oficiais assinados durante a gestão de Joe Biden. O argumento central não é político ou ideológico, mas técnico e constitucional. Segundo a atual administração republicana, o uso extensivo do “autopen” — uma máquina que replica mecanicamente a assinatura do presidente — invalidaria a legalidade de decretos, leis e nomeações, visto que não houve o ato físico e pessoal da assinatura presidencial exigido, segundo a interpretação de Trump, pela Constituição americana.

A declaração caiu como uma bomba no Congresso e nos tribunais federais. Trump alega que a “assinatura robótica” foi utilizada de forma indiscriminada por Biden, muitas vezes quando o então presidente nem sequer estava na Casa Branca ou ciente do teor exato dos documentos. Para a nova equipe jurídica da presidência, um documento assinado por uma máquina sem a supervisão direta do chefe de estado é nulo e vazio de poder. Essa manobra, se aceita, poderia revogar instantaneamente regulações ambientais, pacotes de ajuda financeira e ordens executivas que moldaram os últimos quatro anos, criando um vácuo legislativo imediato.

Presidente invalida ações do democrata

A ofensiva de Trump contra o legado de seu antecessor foca na premissa de que a presidência é um cargo intransferível, inclusive no ato de sancionar leis. Ao declarar que Trump anula atos Biden, a Casa Branca coloca em xeque a validade do Departamento de Justiça aceitar assinaturas mecânicas, uma prática que, embora comum em administrações passadas para correspondências menores, nunca foi questionada nesta escala para grandes legislações. A equipe de Trump apresentou um dossiê listando datas em que Biden estava de férias ou em viagem internacional enquanto o “autopen” sancionava leis federais em Washington, classificando o ato como “fraude administrativa”.

Especialistas em direito constitucional estão divididos, mas a maioria aponta para o perigo do precedente. Se a tese de Trump for validada pela Suprema Corte — que possui maioria conservadora —, qualquer lei assinada remotamente por presidentes anteriores poderia ser teoricamente contestada. No entanto, o foco de Trump é cirúrgico: derrubar as barreiras regulatórias impostas entre 2021 e 2024 sem precisar passar pelo longo processo legislativo do Congresso. É uma jogada de mestre ou um blefe arriscado, dependendo de como o judiciário reagirá nas próximas semanas.

Líder republicano contesta assinaturas mecânicas

O uso do autopen não é novidade, datando da era de Thomas Jefferson, mas a tecnologia moderna e a frequência de seu uso por Biden são os pontos de ataque. O atual governo sustenta que a Constituição exige que o presidente “assine” o projeto de lei, interpretando o verbo como uma ação física e pessoal. A narrativa construída é a de que Biden delegou sua autoridade a burocratas não eleitos que operavam a máquina, uma acusação grave que ressoa com a base eleitoral de Trump, que há muito tempo critica o “estado profundo” (Deep State).

Além disso, a revogação em massa traria consequências práticas imediatas. Contratos governamentais assinados via autopen poderiam ser cancelados, nomeações de juízes federais poderiam ser questionadas e perdoes presidenciais concedidos poderiam ser revertidos. O caos administrativo previsto pelos opositores é imenso. O Partido Democrata já prepara uma força-tarefa jurídica para blindar as leis mais importantes, argumentando que a assinatura mecânica é uma extensão válida da vontade presidencial e que o desafio de Trump é apenas uma ferramenta de vingança política disfarçada de zelo constitucional.

Gestão atual revisa decretos anteriores

Dentro da Ala Oeste, a ordem é revisar cada papel. A equipe de transição e os novos assessores jurídicos estão passando um pente fino em todos os registros da Secretaria Executiva da Casa Branca para identificar quais documentos possuem a “tinta da máquina” versus a “tinta da caneta”. Fontes internas afirmam que Trump deseja realizar uma cerimônia simbólica onde assinará, com a própria mão, a anulação desses documentos, reforçando visualmente a diferença entre sua liderança “ativa” e a suposta liderança “ausente” de Biden.

A economia também reage com nervosismo. Setores que se beneficiavam de subsídios aprovados na gestão anterior, especialmente na área de energia verde e infraestrutura, temem que seus contratos sejam os primeiros alvos dessa revisão técnica. A incerteza jurídica é o pior veneno para o mercado, e a possibilidade de que leis em vigor há anos sejam subitamente declaradas inexistentes cria um ambiente de insegurança que pode frear investimentos até que a Suprema Corte dê a palavra final.

Batalha sobre legislação revogada

Por fim, o embate deve chegar rapidamente à Suprema Corte dos EUA. A questão central será definir o que constitui uma “assinatura” na era digital e moderna. Se a Corte decidir a favor de Trump, o poder executivo ganhará uma ferramenta retroativa de poder imenso. Se decidir contra, Trump ainda terá conseguido paralisar a agenda democrata e dominado o ciclo de notícias, levantando dúvidas sobre a competência administrativa de seu antecessor.

Independentemente do resultado, o episódio marca mais um capítulo na polarização extrema da política americana. O uso de tecnicidades burocráticas como arma de guerra política mostra que a transição de poder e a convivência entre governos opostos deixaram de ser protocolares para se tornarem campos de batalha onde nenhuma regra tradicional está a salvo de reinterpretação. O mundo observa, pois a estabilidade da maior democracia do ocidente depende agora da definição de como uma caneta toca o papel.


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