Yván Gil culpa capitalismo selvagem pelo clima

Durante a COP30 em Belém, o chanceler venezuelano diz que o “capitalismo selvagem e clima” estão na raiz do derretimento de geleiras, desertificação e ondas de calor.

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O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, discursa durante conferência internacional, gesticulando enquanto fala ao microfone com a bandeira venezuelana ao fundo.
O chanceler venezuelano, Yván Gil, durante pronunciamento em conferência climática, responsabilizou o “capitalismo selvagem” pelos efeitos da crise ambiental global, como o derretimento das geleiras e a desertificação.

O discurso do ministro capitalismo selvagem e clima marca uma posição contundente da Venezuela na conferência climática de 2025. Yván Gil acusou o modelo econômico dominante de provocar desequilíbrios ambientais e sociais.

Acusações à lógica econômica vigente

Gil afirmou que o capitalismo selvagem é responsável por “o derretimento das geleiras, a desertificação, a perda de solo fértil, as ondas de calor e o frio extremo”. Ele ligou essas mudanças à extração predatória de recursos naturais.
Em Belém, ele criticou corporações transnacionais que, segundo ele, “violam o direito internacional e ocupam território soberano com total impunidade”. Gil disse que a transição energética ocidental é “uma farsa” voltada à dominação.

Argumento de uma transição justa e soberana

Segundo o ministro, é necessário “construir uma verdadeira transição energética justa, soberana e humana”. Ele propôs substituir o capitalismo predatório por cooperação, solidariedade e justiça climática, especialmente para países do Sul Global.
Gil propôs ainda “descolonizar a economia, a tecnologia e a energia”. Ele sustentou que essa reforma passa por priorizar políticas de Estado que garantam soberania sobre recursos naturais e escolha independente dos modelos de produção.

Contexto da participação venezuelana na COP30

A Venezuela, envolvida em graves desafios econômicos e sociais, aproveitou o evento para reforçar sua narrativa anti-imperialista. Gil fez o discurso dentro da conferência, ampliando visibilidade internacional de Caracas no debate climático.
Apesar das críticas, diplomatas ressaltam que discursos como o de Gil reforçam a diversidade de perspectivas no debate climático, mesmo que divergentes da ortodoxia cientifica global.

Crítica: discursos e políticas coerentes?

A posição de Gil enfrenta críticas por parte de especialistas que apontam a necessidade de evidências concretas e políticas internas consistentes. Além disso, ressalta-se que acusações amplas de “capitalismo selvagem” podem dificultar alianças práticas.
Independente do mérito das críticas, o discurso reforça que o debate climático é também ideológico e geopolítico, não apenas técnico. A discussão sobre responsabilidade e ação global permanece urgente.

Impactos ambientais citados na fala

As afirmações referem-se a fenômenos como degelo em regiões de alta montanha, expansão de áreas áridas, escassez de terras férteis e eventos climáticos extremos de calor e frio. Gil vinculou esses efeitos ao padrão produtivo global.
Apesar de a ciência indicar múltiplas causas para esses fenômenos, o enfoque é político-estrutural. Ainda assim, ele ajudou a posicionar a Venezuela entre os países que defendem que as ações climáticas devem respeitar soberania e equidade internacional.

Perspectivas e desafios de implementação

O próximo passo para a Venezuela, segundo Gil, é articular blocos como o Grupo dos 20 e os países em desenvolvimento para reformular sistemas de financiamento climático. Ele pretende levar a proposta à mesa de negociações da conferência.
Entretanto, observadores lembram que, para avançar, será necessário que Caracas apresente planos e metas verificáveis, além de abertura à cooperação técnica multilateral. O discurso poderoso requer execução concreta.

Conclusão

A fala de Gil sobre capitalismo selvagem e clima sublinha que o debate ambiental global não está dissociado de modelos econômicos. A posição da Venezuela amplia o espectro de vozes na conferência e coloca claramente a soberania e a justiça como pilares da agenda climática.

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