A advogada Danyelle Galvão, juíza substituta do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, o TRE-SP, foi confirmada como a nova responsável pela defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. O movimento de Galvão, que mantém um relacionamento com o ex-ministro petista José Dirceu, injeta um peso político evidente e urgente no já grave inquérito de fraudes previdenciárias. A nomeação dela, aliás, ocorreu por indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março de 2023, reforçando a ligação institucional e partidária que cerca este caso.
Os dados mais recentes, datados de 5 de dezembro de 2025, mostram que a contratação de Danyelle Galvão ocorreu no final de outubro. Essa decisão marcou uma mudança estratégica na representação legal de Careca do INSS, que está sendo investigado por um gigantesco esquema de desvios. A transição na defesa aconteceu, além disso, logo após um momento de alta tensão na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, a CPMI, que apura o caso. O advogado anterior, Cleber Lopes, teve, contudo, um notório bate-boca com o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar. Esse atrito, portanto, foi visto nos bastidores como o ponto final para a mudança.
Jurista Antunes Previdência Petista
A atuação de Danyelle Galvão, mestre e doutora em Direito Processual pela Universidade de São Paulo, a USP, é considerada crucial no atual momento do processo. O esquema de fraudes que envolve Antônio Carlos Camilo Antunes, o principal operador, já totaliza uma perda potencial superior a R$ 6,3 bilhões, um valor devastador. O dinheiro desviado se refere, notavelmente, a descontos indevidos em aposentadorias e pensões de milhares de segurados do Instituto Nacional do Seguro Social, o INSS. Este, por conseguinte, é um dos maiores escândalos financeiros recentes no país.
As investigações da Polícia Federal apontam, ainda, que Antunes utilizava uma rede de empresas para lavar o dinheiro obtido ilegalmente. Relatos de um ex-colaborador, aliás, Edson Claro, trouxeram um aspecto político mais dramático ao caso. O depoimento de Claro à Polícia Federal, por sua vez, mencionou que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, receberia uma “mesada” de R$ 300 mil de pessoas ligadas a Careca. Além disso, o relato indicou que Lulinha teria obtido um total de R$ 25 milhões. Tais informações foram reveladas, surpreendentemente, em 5 de dezembro de 2025 pelo portal Poder360.
Defensora Fraudes Previdenciárias José Dirceu
O relacionamento de Danyelle Galvão e José Dirceu, um dos nomes mais influentes e historicamente ligados ao Partido dos Trabalhadores, o PT, já dura mais de um ano. Embora o casal mantenha uma discrição notável, com poucas aparições públicas conjuntas, a proximidade levanta questionamentos sobre a influência. A advogada foi nomeada, de fato, juíza substituta do TRE-SP na vaga destinada à advocacia, após ter sido escolhida por uma lista tríplice e, consequentemente, nomeada por Lula. Portanto, sua entrada na defesa de Antunes confere uma dimensão política inegável e tensa.
A defesa de Careca do INSS tem agora o desafio de contestar as alegações da PF e, ademais, navegar pelo turbulento ambiente da CPMI. O ex-colaborador Edson Claro detalhou, ainda, que presenciou viagens internacionais de Lulinha com Antunes para Portugal, bem como mencionou uma possível sociedade entre os dois, sem, contudo, especificar o formato. A defesa de Careca do INSS, a propósito, pediu recentemente ao Supremo Tribunal Federal, o STF, o desbloqueio de valores para pagar dívidas trabalhistas.
Causídica Operador INSS Aliado
A relevância da nova defensora não se restringe, portanto, apenas ao seu relacionamento de alto perfil. Danyelle Galvão é uma profissional renomada, com vasta experiência e obras publicadas sobre precedentes judiciais no processo penal. Sua experiência, aliás, é um fator de peso na condução de um processo que, devido a indícios de participação de políticos e autoridades com prerrogativa de foro, foi transferido para o STF. A mudança para a Suprema Corte, por sua vez, elevou o nível do confronto jurídico e político, intensificando a necessidade de uma defesa robusta.
O caso, inicialmente distribuído por diversas varas federais, foi reunido no STF em junho de 2025, por decisão do ministro Dias Toffoli. Isso ocorreu devido, primordialmente, à suspeita de que autoridades com foro estariam ligadas ao esquema bilionário. A relatoria do caso acabou sendo, em seguida, destinada ao ministro André Mendonça. A Polícia Federal suspeita, em conclusão, que Antônio Carlos e outros investigados teriam pago propinas a parlamentares e assessores para facilitar o acesso de operadores a autoridades do INSS.
Procuradora Fraude Bilionária ex-Ministro
A nomeação de uma juíza substituta do TRE-SP, aliás, que mantém proximidade com a cúpula do PT, para defender o principal operador de uma fraude bilionária que atinge o INSS, cria um cenário complexo. Este cenário político-jurídico demanda, com efeito, uma análise atenta e detalhada. A presença de Galvão na defesa, por conseguinte, pode ser interpretada como uma tentativa de blindagem ou, no mínimo, de introdução de uma estratégia jurídica com profundas raízes políticas. A CPMI, por sua vez, continua com seus trabalhos, enfrentando forte resistência governista para a convocação de alguns envolvidos.
O foco da investigação permanece, inegavelmente, sobre o modus operandi que permitiu o desvio de recursos por meio de Acordos de Cooperação Técnica, os ACTs, entre o INSS e associações de aposentados. Tais acordos permitiam, ademais, que valores fossem debitados indevidamente dos segurados. A defesa de Antônio Carlos, que agora tem Danyelle Galvão à frente, certamente buscará anular as provas ou, no mínimo, contestar a validade dos depoimentos obtidos pela Polícia Federal. A repercussão do caso, em suma, promete ser um dos pontos centrais do noticiário político brasileiro nas próximas semanas. A estratégia de defesa, portanto, será acompanhada com lupa pelo Congresso e pelo Judiciário.
