A manhã desta sexta-feira (28), data marcada pela Black Friday de 2025, começou com dor de cabeça para milhões de correntistas de uma das maiores instituições financeiras do país. Diversos relatos inundaram as redes sociais e plataformas de monitoramento indicando que o app Bradesco fora do ar deixou usuários na mão no momento mais crítico do varejo anual. A falha técnica impede o acesso à conta corrente, a realização de transferências via Pix e o pagamento de boletos, travando as transações justamente quando o volume de compras online atinge seu pico.
O problema começou a ser notado por volta das 09h30, horário de Brasília, quando os primeiros clientes tentaram acessar o internet banking pelo celular para aproveitar as ofertas matinais ou realizar pagamentos de rotina, já que hoje também é dia de pagamento para muitas empresas. Ao tentar efetuar o login, o aplicativo exibe mensagens de erro genéricas, como “algo deu errado” ou solicita que o usuário tente novamente mais tarde, sem fornecer um código de erro específico que explique a origem da falha.
Instabilidade no aplicativo do Bradesco afeta usuários
A magnitude da interrupção ficou evidente nos gráficos do Downdetector, site especializado que monitora o funcionamento de serviços online em tempo real. As notificações de problemas dispararam verticalmente em questão de minutos, saindo de um patamar de normalidade para milhares de reclamações simultâneas. O mapa de calor da plataforma indicou que a falha não é isolada, atingindo capitais importantes como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba, o que sugere uma pane sistêmica nos servidores centrais da instituição.
Nas redes sociais, o descontentamento é visível e barulhento. A tag com o nome do banco rapidamente escalou para os assuntos mais comentados do X (antigo Twitter). Muitos usuários expressam frustração por perderem promoções relâmpago da Black Friday devido à impossibilidade de concluir o pagamento via Pix ou débito em conta. A dependência cada vez maior dos meios digitais para a vida financeira cotidiana torna qualquer oscilação no sistema bancário um evento de grande impacto na rotina da população.
A situação é agravada pelo calendário. Além das promoções do varejo, o dia 28 de novembro é uma data chave para o fechamento da folha de pagamento de diversas corporações e para o vencimento de contas de consumo. A indisponibilidade do sistema gera um efeito cascata, onde o consumidor não consegue pagar suas obrigações, podendo incorrer em juros e multas por atraso caso o sistema não retorne até o fim do expediente bancário.
Erros de conexão no mobile banking hoje
Tecnicamente, os relatos apontam para uma falha de comunicação entre o aplicativo instalado nos dispositivos móveis e o servidor do banco. Clientes que conseguem passar pela tela de login relatam lentidão extrema para carregar o saldo, e quando tentam finalizar uma operação, o sistema trava ou desconecta automaticamente (o chamado “crash”). Há também relatos de instabilidade no acesso via navegador (desktop), embora o foco principal das reclamações seja a plataforma mobile, que concentra a maior parte das operações de varejo hoje em dia.
Especialistas em segurança digital alertam que momentos de crise como este exigem cautela redobrada dos usuários. É comum que, ao verem o aplicativo falhar, as pessoas busquem soluções alternativas no Google ou recebam mensagens falsas via SMS e WhatsApp oferecendo “atualizações de segurança” ou “desbloqueio de conta”. Esses são vetores clássicos de ataques de phishing. A orientação oficial é jamais clicar em links externos e aguardar o restabelecimento do serviço oficial, sem fornecer senhas ou códigos para terceiros.
Outro ponto de atenção é a funcionalidade do Pix. Mesmo para quem consegue acessar a conta, a ferramenta de pagamento instantâneo apresenta instabilidade. Transferências enviadas não geram comprovante imediato e, em alguns casos, o valor é debitado da conta de origem mas não chega ao destino instantaneamente, ficando em processamento. Isso gera insegurança jurídica e financeira para o consumidor, que fica sem saber se a compra foi efetivada ou se precisará refazer a transação, correndo o risco de duplicidade.
Falhas no sistema digital do banco nesta sexta
O suporte telefônico do banco (Fone Fácil) também apresenta congestionamento devido ao alto volume de chamadas de clientes preocupados, buscando informações ou tentando realizar operações por canais de voz. O tempo de espera nas linhas telefônicas aumentou consideravelmente, o que reforça a percepção de uma crise generalizada nos canais de atendimento. As agências físicas, embora operacionais, não conseguem absorver a demanda digital, e muitos serviços que hoje são exclusivos do app não podem ser realizados na boca do caixa.
A recorrência de falhas em aplicativos bancários levanta debates sobre a infraestrutura tecnológica do setor financeiro brasileiro. Embora seja um dos mais avançados do mundo, a centralização em apps torna o sistema vulnerável a gargalos de tráfego, especialmente em datas de alta demanda como a Black Friday. O episódio de hoje serve como um teste de estresse não planejado, expondo a necessidade de redundância e maior capacidade de processamento para lidar com picos de acesso.
Para os comerciantes, o prejuízo também é tangível. Lojistas que dependem do recebimento via Pix ou que utilizam as maquininhas vinculadas ao banco podem enfrentar dificuldades na conciliação bancária ou na confirmação de vendas. Em um dia onde o volume de vendas é projetado para ser o maior do ano, qualquer atrito na hora do pagamento resulta em abandono de carrinho e perda de receita direta para o varejo.
Posicionamento sobre o aplicativo indisponível
Até o momento, o Bradesco emitiu comunicados breves em suas redes sociais reconhecendo a “intermitência” nos canais digitais. A nota oficial informa que as equipes técnicas já estão atuando para regularizar a situação o mais breve possível e orienta os clientes a tentarem o acesso novamente mais tarde. O banco não detalhou a causa raiz do problema, se foi um ataque cibernético (menos provável, mas sempre uma hipótese monitorada), uma falha em atualização de software ou simplesmente sobrecarga dos servidores.
A postura de transparência é exigida pelo Banco Central, que monitora a disponibilidade dos serviços essenciais. Falhas prolongadas podem acarretar em sanções administrativas e exigência de planos de ação para evitar reincidência. O consumidor que se sentir lesado, seja pela perda de uma oportunidade de negócio ou pela cobrança de juros indevidos, deve documentar a falha com capturas de tela (prints) e protocolos de atendimento para eventuais ressarcimentos futuros.
Enquanto a normalidade não é restabelecida, a recomendação é evitar realizar transações de alto valor ou críticas. Se o pagamento for urgente, a sugestão é utilizar cartões de crédito físicos ou dinheiro em espécie, se disponível. Desinstalar e reinstalar o aplicativo não resolve o problema, pois a falha está no servidor do banco, e essa ação pode inclusive bloquear o token de segurança do dispositivo, exigindo uma ida à agência para novo desbloqueio quando o sistema voltar.
Em suma, a Black Friday de 2025 ficará marcada para os clientes do Bradesco não apenas pelas ofertas, mas pela frustração tecnológica. O incidente ressalta a fragilidade da nossa dependência digital e a importância de ter alternativas financeiras em momentos de crise. O Jornal Resenha Diária segue monitorando a estabilidade do sistema e atualizará esta matéria assim que o serviço for totalmente normalizado.
