Alerta vermelho: Tempestades varrem Sul e Sudeste neste fim de semana

Inmet e institutos de meteorologia emitem aviso de perigo para chuvas intensas e vendavais a partir de hoje, Defesa Civil pede atenção redobrada em áreas de risco.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e centros de monitoramento estaduais emitiram, na manhã deste sábado (13), um novo alerta tempestade Sul Sudeste que coloca milhões de brasileiros em estado de atenção. A formação de uma área de baixa pressão atmosférica, associada ao avanço de uma frente fria, promete mudar drasticamente o cenário climático nas próximas 48 horas. A previsão indica volumes de chuva que podem ultrapassar os 100 milímetros em pontos isolados, acompanhados de rajadas de vento que variam entre 60 e 100 km/h, criando condições perigosas para atividades ao ar livre e trânsito em rodovias.

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Mapa do Brasil exibindo áreas de alerta meteorológico coloridas. Uma mancha vermelha de "Grande Perigo" cobre a região Sul, cercada por faixas laranja e amarela que se estendem até o Sudeste e Centro-Oeste.
Mapa do Inmet destaca em vermelho a área de “Grande Perigo” para tempestades, abrangendo o Sul e avançando em direção ao Sudeste neste fim de semana. (Foto: Reprodução/Inmet)

O fenômeno começa a ganhar força no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina ainda hoje, avançando rapidamente em direção ao Paraná e alcançando o Sudeste, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro, entre a noite de sábado e o domingo. A Defesa Civil já mobilizou equipes de plantão para monitorar encostas e margens de rios, visto que o solo em muitas dessas regiões ainda se encontra encharcado por precipitações anteriores. A orientação oficial é para que a população evite áreas abertas durante os temporais e não se abrigue debaixo de árvores, devido ao alto risco de descargas elétricas.

Perturbação atmosférica severa

A perturbação atmosférica severa é impulsionada pelo contraste térmico entre o ar quente que predominou durante a semana e a massa de ar polar que chega pelo continente. Esse choque térmico é o combustível perfeito para a formação de nuvens do tipo cumulonimbus, que trazem não apenas água, mas também granizo de médio porte. No interior de São Paulo e no sul de Minas Gerais, a preocupação é maior com a agricultura, onde as pedras de gelo podem causar prejuízos significativos às lavouras de café e hortaliças que estão em fase sensível de desenvolvimento.

Além disso, a virada no tempo deve derrubar as temperaturas. Capitais como Curitiba e São Paulo, que registraram calor acima da média nos últimos dias, podem ver os termômetros despencarem mais de 10 graus em poucas horas. Esse “choque térmico” aumenta a incidência de ventanias, que podem derrubar placas de publicidade e fiação elétrica, provocando cortes no fornecimento de energia. Concessionárias de luz nos estados afetados já anunciaram que reforçaram suas equipes de manutenção para atender a um provável aumento no número de chamados de emergência.

Aviso meteorológico crítico

Diante do aviso meteorológico crítico, autoridades municipais recomendam medidas preventivas básicas. Moradores de áreas propensas a alagamentos devem elevar móveis e manter documentos importantes em sacos plásticos. Em cidades litorâneas, como Santos (SP) e Angra dos Reis (RJ), a ressaca marítima é uma ameaça adicional, com ondas que podem chegar a 3 metros, desaconselhando a navegação e o banho de mar. A Marinha do Brasil também emitiu notas de segurança para embarcações de pequeno e médio porte em toda a costa da região Sul e Sudeste.

Especialistas da Climatempo alertam que o sistema não é passageiro. A instabilidade deve persistir até o início da próxima semana, mantendo o tempo fechado e chuvoso pelo menos até terça,feira. Isso exige um planejamento cuidadoso para quem pretendia viajar neste fim de semana. Estradas serranas, como a Regis Bittencourt e a Via Dutra, exigem cautela redobrada devido à neblina densa e à pista escorregadia, fatores que historicamente aumentam o número de acidentes graves nessas condições adversas.

Frente fria intensa

A passagem desta frente fria intensa também serve como um lembrete das mudanças climáticas que têm intensificado eventos extremos no Brasil. Dados recentes mostram que a frequência de tempestades com alto poder destrutivo aumentou 15% na última década nas regiões Sul e Sudeste. O padrão de “tudo ou nada” — ou seca extrema ou dilúvio — tem desafiado a infraestrutura urbana, que muitas vezes não suporta o volume de água despejado em curto espaço de tempo. Bueiros entupidos e canalização insuficiente são problemas crônicos que se tornam evidentes a cada novo alerta.

Por outro lado, a chuva é bem,vinda para os reservatórios das hidrelétricas, que operam com níveis de atenção em algumas bacias do Sudeste. No entanto, a forma violenta como a precipitação ocorre muitas vezes causa mais danos do que benefícios imediatos, provocando erosão e assoreamento de rios. O equilíbrio hídrico, portanto, depende de chuvas mais distribuídas, o que não é a característica deste sistema atual, marcado pela concentração de energia e violência atmosférica.

Risco hidrológico elevado

Por fim, o risco hidrológico elevado deve manter a população em alerta máximo durante a madrugada, momento em que a visibilidade é menor e a capacidade de reação a enxurradas diminui. Aplicativos de alerta da Defesa Civil (via SMS 40199) são ferramentas vitais para receber informações em tempo real sobre a situação de cada bairro. A solidariedade entre vizinhos também é fundamental; avisar sobre a subida do nível da água pode salvar vidas.

Consequentemente, a segunda,feira promete começar com transtornos no transporte público e trânsito caótico nas grandes metrópoles afetadas. A recomendação é acompanhar os noticiários locais logo cedo antes de sair de casa. O cenário de instabilidade, embora previsível pelos satélites, traz sempre variáveis locais imprevisíveis, tornando a prudência o melhor “guarda,chuva” para enfrentar os próximos dias de tempo severo.

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