Veja o Vídeo: Bacci detona, “Lamentação em vídeo não resolve violência contra mulher”

Jornalista da Record TV expõe uso de tragédias para engajamento nas redes sociais e exige ações legislativas concretas em vez de notas de pesar virtuais.

O apresentador Luiz Bacci, de terno e gravata, gesticula com a mão direita enquanto fala sério para a câmera no estúdio do programa Cidade Alerta, com telões de LED ao fundo.
O jornalista e apresentador Luiz Bacci durante a transmissão ao vivo do programa policial Cidade Alerta, da Record TV. (Foto: Reprodução/Record TV)

O apresentador Luiz Bacci, âncora do “Cidade Alerta”, utilizou seu espaço de fala nesta segunda-feira (08) para tecer duras críticas à postura da classe política brasileira diante da escalada de violência contra a mulher. Em um desabafo contundente, o jornalista destacou que a comoção pública demonstrada por parlamentares e governantes nas redes sociais, muitas vezes através de vídeos emocionados, não tem se traduzido em medidas práticas de segurança. Segundo ele, há um abismo entre o discurso virtual e a realidade sangrenta das ruas.

A declaração ocorre em um momento sensível, onde casos de feminicídio e ataques cruéis ganham as manchetes com frequência assustadora. Bacci apontou que, enquanto famílias choram a perda de suas entes queridas, figuras públicas utilizam a tragédia alheia como trampolim para engajamento digital. Para o comunicador, a indignação seletiva que dura apenas o tempo de um story no Instagram é um desrespeito à memória das vítimas e à dor de quem fica.

Desabafo do apresentador

Luiz Bacci enfatizou que o papel de um político eleito vai muito além da solidariedade virtual; ele exige o uso da “caneta” para alterar o código penal e endurecer as punições. O jornalista argumentou que o choro em vídeo, sem um projeto de lei robusto por trás, soa como falsidade ou incompetência. Nesse sentido, ele cobrou que a energia gasta na produção de conteúdo para a internet fosse redirecionada para a criação de políticas públicas de proteção e acolhimento.

Além disso, o âncora ressaltou que a sociedade não aguenta mais “notas de pesar” padronizadas. A repetição de discursos vazios após cada crime bárbaro cria uma sensação de impunidade e abandono. Para Bacci, a verdadeira empatia seria demonstrada através de reformas urgentes no Judiciário e no sistema prisional, garantindo que agressores permaneçam presos e não voltem a aterrorizar a sociedade.

Oportunismo nas redes

A crítica central gira em torno da “espetacularização” do luto por parte de quem detém o poder de mudança. Bacci sugeriu que muitos políticos monitoram os trending topics para decidir sobre o que vão se manifestar, tratando a segurança pública como uma pauta de marketing. Essa postura, segundo ele, banaliza o sofrimento das mulheres brasileiras, transformando vidas perdidas em estatísticas de alcance e visualização.

Contudo, o apresentador lembrou que a população está cada vez mais atenta a esse tipo de manobra. A cobrança por coerência tem crescido, e eleitores começam a distinguir quem realmente trabalha pela segurança de quem apenas surfa na onda da repercussão. O alerta de Bacci serve como um chamado para que a audiência não se deixe enganar por lágrimas que secam assim que a câmera é desligada.

Ineficácia das leis

No cerne do problema, está a legislação que permite brechas e progressões de pena que beneficiam criminosos violentos. Bacci questionou a utilidade de se solidarizar com a família da vítima se, meses ou anos depois, o político responsável vota a favor de medidas que afrouxam a prisão preventiva ou concedem “saidinhas”. A desconexão entre o parlamento e o sentimento de justiça do povo foi apontada como a raiz da crise.

Por conseguinte, a segurança das mulheres depende de um aparato estatal que funcione preventivamente, e não apenas reativamente nas redes sociais. O jornalista citou a necessidade de investimento em delegacias especializadas, monitoramento eletrônico eficaz de agressores e educação de base. Sem isso, os vídeos de lamentação continuarão sendo apenas registros de um fracasso coletivo.

Cobrança por justiça

Ao finalizar seu posicionamento, Luiz Bacci convocou seu público a cobrar atitudes concretas de seus representantes. Ele reforçou que a pressão popular é a única ferramenta capaz de romper o ciclo de inércia em Brasília. A mensagem foi clara: menos likes e mais leis; menos vídeos editados e mais viaturas nas ruas.

Dessa forma, o episódio marca mais um capítulo na cruzada do jornalismo policial contra a leniência do Estado. A repercussão da fala de Bacci nas redes sociais prova que o brasileiro está exausto de promessas e exige, acima de tudo, o direito de viver sem medo. Resta saber se o recado chegará aos gabinetes refrigerados do poder ou se será abafado por mais uma postagem viral.

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