16 milhões de brasileiros vivem em favelas, 8% do país, diz Censo 2022

O Instituto Brasileiro de Geografia, Estatística, o IBGE, confirmou em relatório detalhado do Censo Demográfico que 7,8% dos brasileiros residem em aglomerados subnormais, ou seja, mais de 16 milhões de pessoas, revelando um aumento da desigualdade estrutural, sem acesso a saneamento básico e moradia digna.

Vista panorâmica de um grande aglomerado subnormal (favela) em área de encosta, com alta densidade de moradias irregulares, ilustrando o dado do Censo 2022.
Aumento da população em favelas e comunidades: o Censo 2022 revelou que 7,8% dos brasileiros residem em aglomerados subnormais, sem saneamento básico. (Foto: Divulgação/Reprodução)

O Brasil ultrapassou a chocante marca de 16 milhões de habitantes vivendo em favelas, vilas, cortiços e outras formas de aglomerados subnormais, segundo a mais recente atualização do Censo 2022, divulgada oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia, Estatística, o IBGE. Este novo dado, datado de 4 de dezembro de 2025, revela, portanto, que quase 8% da população, exatos 7,8%, reside em condições precárias ou irregulares. A proporção sublinha, de fato, a profunda desigualdade urbana que persiste no país, exigindo ações imediatas e abrangentes do poder público federal e municipal. O número total de pessoas vivendo nestes locais, aliás, representa mais do que a população de muitos países europeus, como Portugal.

Os aglomerados subnormais, conforme definidos pelo IBGE, são áreas que ocupam terrenos de forma irregular, densa, e que, principalmente, carecem de serviços públicos essenciais, como saneamento básico, coleta de lixo e energia elétrica regularizada. O total de domicílios nestas áreas soma, em conclusão, mais de 6,5 milhões de unidades, o que indica uma média de 2,4 pessoas por lar. O levantamento do Censo 2022, ademais, permitiu mapear com uma precisão inédita a distribuição geográfica dessa população, concentrando o problema nas grandes metrópoles.

Censo IBGE Comunidades Brasileiras

A maior concentração populacional em aglomerados subnormais foi observada, inegavelmente, nos grandes centros urbanos do Sudeste. As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro lideram o ranking em números absolutos, mas outras capitais e regiões metropolitanas apresentam percentuais alarmantes em relação ao seu total de habitantes. O estado do Amazonas, por exemplo, registrou um dos maiores percentuais de sua população vivendo em aglomerados, destacando a complexidade do problema que transcende a região Sudeste. Tal fato desmistifica, dessa forma, a ideia de que a favelização é um fenômeno exclusivamente litorâneo.

A velocidade com que essas áreas cresceram é um dos pontos mais críticos do novo relatório. A expansão desordenada, por conseguinte, coloca em xeque a eficácia das políticas habitacionais implementadas nas últimas décadas e sinaliza o agravamento da crise econômica. O aumento da população em favelas reflete, aliás, a incapacidade do mercado formal de absorver a força de trabalho e de fornecer moradia a preços acessíveis. Desta forma, milhões de famílias são empurradas, continuamente, para a ocupação de áreas de risco ou para moradias sem qualquer infraestrutura mínima.

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Dados 2022 Aglomerados Subnormais

O IBGE utilizou, pela primeira vez no Censo, uma metodologia mais apurada, que inclui imagens de satélite e visitas de campo mais detalhadas, o que pode explicar a exatidão dos 16 milhões. Os dados de 2022 trazem um quadro mais preciso do que os levantamentos anteriores, que muitas vezes subestimaram o problema devido a dificuldades de acesso ou de definição. A atualização é vital, portanto, para que os gestores públicos possam, finalmente, planejar intervenções mais direcionadas e eficazes.

A ausência de saneamento básico é um dos problemas mais graves e que afeta diretamente a saúde pública nas comunidades. Mais de 60% dos domicílios em aglomerados subnormais não possuem, de fato, acesso adequado à rede de esgoto, aumentando a incidência de doenças de veiculação hídrica. Além disso, a dificuldade no acesso à educação e o alto índice de desemprego, ou de trabalho informal, completam o ciclo de vulnerabilidade. A Demografia 16 Milhões Habitações, portanto, não é apenas um número, mas um retrato da exclusão social.

Demografia 16 Milhões Habitações

O fator territorial também é decisivo. Muitas destas comunidades estão localizadas, notavelmente, em áreas de risco geológico, como encostas e margens de rios, o que as torna vulneráveis a desastres naturais. As chuvas de verão, por conseguinte, se tornam um período de terror e perigo para milhões de famílias, que vivem com a ameaça constante de deslizamentos e inundações. A falta de planejamento urbano, portanto, é a principal responsável por essa exposição crônica ao risco.

As cidades médias, fora do eixo Rio-São Paulo, também viram o crescimento de aglomerados subnormais em um ritmo acelerado. Este espalhamento geográfico do problema indica, ainda, que a crise habitacional não está restrita apenas às megacidades, mas é uma questão nacional e estrutural. A Demografia 16 Milhões Habitações, desta forma, exige uma resposta coordenada entre os três níveis de governo, o federal, o estadual e o municipal, com foco em urbanização e regularização fundiária. O desafio é gigantesco, exigindo bilhões em investimento.

Estatísticas Nacionais Moradia Precária

A reação do setor de habitação e infraestrutura à divulgação dos dados de 4 de dezembro de 2025 foi de alarme e urgência. Especialistas em urbanismo criticaram, notadamente, a lentidão na execução de programas como o Minha Casa Minha Vida em sua modalidade de urbanização de favelas. A prioridade, segundo esses técnicos, deveria ser a integração dessas áreas ao restante da cidade, garantindo a universalização dos serviços públicos.

Contudo, a judicialização e a burocracia são entraves que, frequentemente, atrasam ou inviabilizam a aplicação de recursos. A regularização fundiária, essencial para dar segurança jurídica aos moradores e permitir a instalação de infraestrutura, é um processo complexo e demorado. O relatório do Censo, ademais, serve como um poderoso instrumento de pressão social, forçando o debate sobre a necessidade de maior transparência e eficácia nos gastos públicos destinados à moradia. A Estatísticas Nacionais Moradia Precária confirmam, em suma, que a dívida social brasileira é alta e urgente.

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