CPMI do INSS hoje: Governo blinda Lulinha, Jorge Messias e bancos em sessão tensa

Base governista atua em bloco para impedir convocação de filho de Lula e dirigentes de instituições financeiras; oposição denuncia manobra e comissão segue em análise.

Sessão plenária de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) em um grande auditório legislativo, com parlamentares sentados em uma mesa em "U", um telão ao fundo mostrando um orador e uma plateia cheia.
Em sessão marcada por embates, a base governista na CPMI do INSS articula para impedir a convocação de Fábio Luís Lula da Silva (Lulinha), do ministro Jorge Messias e de presidentes de bancos como PicPay e Sicredi, alvos de requerimentos da oposição.

A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS desta quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, transformou-se em um campo de batalha político. Em uma operação coordenada, a base do governo Lula atua intensamente para “blindar” figuras centrais e instituições financeiras de convocações obrigatórias. O foco da proteção governista recai sobre Fábio Luís Lula da Silva, o “Lulinha”, filho do presidente, e Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), além de grandes bancos acusados de realizar empréstimos consignados sem o consentimento de aposentados. A oposição, embora tente aprovar requerimentos em bloco, enfrenta a resistência da maioria governista, liderada em plenário pelo deputado Paulo Pimenta (PT), que já sinalizou que tais aprovações não passarão.

Blindagem governista exposta

O clima esquentou quando o deputado Kim Kataguiri (União-SP) tomou a palavra para denunciar o que chamou de “proteção seletiva” aos bancos e ao núcleo político do governo. Em seu discurso, Kataguiri foi enfático ao afirmar que o governo está operando para impedir que a caixa-preta dos empréstimos consignados irregulares seja aberta. O parlamentar destacou que o PicPay, apontado como um dos principais meios de pagamento utilizados nas transações suspeitas, está sendo alvo de uma blindagem específica por parte da base aliada, impedindo que seus executivos expliquem as falhas de segurança que permitiram descontos indevidos nas aposentadorias de milhares de brasileiros.

Proteção a figuras chave

A tropa de choque do governo concentrou esforços para derrubar, ou sequer pautar, os requerimentos de convocação de Fábio Luís Lula da Silva (Lulinha) e Jorge Messias. No caso de Lulinha, o pedido de convocação baseia-se em investigações que tentam traçar o caminho do dinheiro desviado de beneficiários do INSS. Já Jorge Messias é alvo da oposição, que deseja esclarecimentos sobre a atuação da AGU no caso e sua suposta inércia diante do esquema. O deputado Paulo Pimenta (PT), atuando na defesa do governo, reforçou a narrativa de que a convocação dessas figuras seria uma “politização indevida” da comissão, garantindo aos seus pares que a base não cederia a essa pressão.

Instituições financeiras poupadas

A denúncia de Kataguiri sobre a blindagem aos bancos ganha corpo quando se observam os nomes que a comissão tenta ouvir. A CPMI mira presidentes de instituições que operacionalizaram os empréstimos fraudulentos. O requerimento de convocação inclui, por exemplo, o comando do PicPay e do Banco Master. A oposição argumenta que, sem ouvir os chefes dessas instituições, é impossível desmontar o esquema de fraude sistêmica. Abaixo, listamos os executivos que estão na mira dos requerimentos, mas cuja vinda está sendo dificultada pela articulação governista:

PicPay:

  1. Eduardo Chedid (CEO / Presidente Executivo)
  2. José Antônio Batista (Chairman / Presidente do Conselho)

Banco Master:

  1. Daniel Vorcaro (Dono / Presidente)

Sicredi:

  1. A CPMI possui requerimentos para convocar representantes e superintendentes regionais da cooperativa para esclarecer as denúncias de fraudes em consignados.

Agibank:

  1. Glauber Marques Correa (CEO) – Requerimento de convocação também está na pauta.

Embate no plenário

Apesar da “parede” montada pelo governo, a comissão continua seus trabalhos de análise de requerimentos neste momento. A oposição insiste na estratégia de tentar votações nominais para expor quem vota contra a investigação dos bancos e dos familiares do presidente, enquanto a base governista utiliza questões de ordem e o regimento para atrasar as deliberações. O cenário é de impasse, mas a insistência em convocar os presidentes dos bancos mantém a tensão elevada, com a promessa de que novos documentos podem forçar a quebra dessa blindagem nas próximas sessões. A CPMI segue ativa, e o desfecho desta quinta-feira será crucial para definir se a investigação atingirá o topo da pirâmide financeira e política ou se ficará restrita aos operadores de menor escalão.

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