Os homens precisam dobro exercício comparado às mulheres para alcançar mesma redução no risco cardiovascular segundo estudo recente. Pesquisa publicada na revista Nature Cardiovascular Research analisou dados de 80.243 adultos sem histórico prévio. Resultados demonstram que mulheres obtêm benefícios equivalentes com apenas metade do tempo de atividade física. A descoberta reforça investigações anteriores que apontavam nessa direção sobre diferenças entre sexos na resposta ao exercício.
Mulheres que praticam aproximadamente 250 minutos de exercício por semana conseguem diminuir 30% o risco cardiovascular. Isso representa pouco mais de quatro horas semanais de atividade moderada a vigorosa como caminhada rápida. Homens precisam reforçar significativamente a dose para atingir patamar semelhante de proteção do coração. Eles necessitam praticar 530 minutos semanais, equivalente a quase nove horas de atividade física regular. Portanto, os homens precisam dobro exercício para obter mesmos benefícios cardiovasculares que o sexo feminino alcança.
Estudo utilizou dados do biobanco britânico
A equipe de pesquisadores recuperou informações do UK Biobank, comparando-as com registros de saúde dos participantes. O acompanhamento estendeu-se por período aproximado de oito anos de observação contínua dos voluntários. Inicialmente, analistas examinaram informações de 80.243 adultos com idade média de 61 anos de idade. Nenhum participante possuía histórico pessoal de doença cardíaca coronária no início do estudo realizado pelos cientistas.
Entre mulheres participantes, aquelas que faziam pelo menos 150 minutos de exercício moderado a vigoroso semanalmente. Essas registraram redução de 22% no risco de desenvolver doença cardíaca coronária durante acompanhamento realizado. Para homens, esse mesmo volume de atividade física proporcionou proteção cardiovascular menor comparativamente ao sexo feminino. A analista de dados Jiajin Chen, da Universidade de Xiamen na China, liderou equipe responsável pela investigação.
Em comparação com indivíduos do sexo masculino, mulheres obtêm benefícios de saúde equivalentes com metade. Yan Wang, autor sênior do estudo e professor universitário, espera que resultados possam encorajar mulheres fisicamente inativas. O objetivo é torná-las mais ativas, reduzindo consequentemente o risco cardiovascular presente nessa população específica. Os homens precisam dobro exercício representa descoberta importante para políticas públicas de saúde preventiva cardiovascular.
Mulheres com doença prévia também se beneficiam
A investigação publicada na Nature Cardiovascular Research também indica dados sobre mulheres previamente diagnosticadas com doenças. Mulheres identificadas anteriormente com doenças coronárias também beneficiavam do exercício físico regular comprovadamente pelas análises. Elas registraram três vezes menor risco comparado aos homens de morrer daquelas patologias durante acompanhamento. Esse dado reforça importância da atividade física mesmo após desenvolvimento de problemas cardiovasculares em mulheres.
Pesquisadores ainda não compreendem completamente os mecanismos biológicos que explicam essas diferenças observadas entre sexos. Contudo, evidências sugerem que mulheres podem ter respostas fisiológicas mais eficientes ao exercício cardiovascular regular. Diferenças hormonais, composição corporal e estrutura cardíaca podem contribuir para essa disparidade observada nos resultados. Ademais, metabolismo feminino pode processar benefícios do exercício de maneira mais eficiente que o masculino.
Estudos anteriores já demonstravam que sedentários apresentam dobro do risco para desenvolver evento coronariano comparados. A prática de atividade física, ou mesmo estilo de vida mais ativo, demonstrou ser proteção contra doenças. Reduzindo não somente mortalidade cardiovascular, mas também mortalidade por todas as causas conhecidas na literatura. Os homens precisam dobro exercício conforme demonstrado na pesquisa atual reforça necessidade de políticas diferenciadas por gênero.
Recomendações oficiais estabelecem patamar mínimo semanal
O Programa Nacional para Promoção da Atividade Física da Direção-Geral da Saúde apresenta recomendações oficiais. Tendo por base orientações da Organização Mundial da Saúde, adultos devem cumprir minimamente requisitos estabelecidos. Pelo menos 150 minutos por semana de atividade física moderada a vigorosa são recomendados oficialmente. Alternativamente, 75 minutos de atividade vigorosa distribuídos ao longo da semana também atendem diretrizes internacionais.
Entretanto, considerando descobertas recentes sobre diferenças entre sexos, homens podem necessitar ajustar essas recomendações padrão. Para alcançar redução de 30% no risco cardiovascular, homens precisariam substancialmente mais que mínimo recomendado. Mulheres, por outro lado, já conseguem benefícios cardiovasculares significativos com volumes próximos às recomendações oficiais. Portanto, diretrizes futuras poderiam considerar recomendações específicas por sexo para otimizar benefícios de saúde pública.
Evidências nesse sentido surgiram a partir da década de 1950, sendo definitivamente comprovadas na década posterior. Concluiu-se que baixa atividade física, tanto avaliada no ambiente de trabalho quanto nas horas de lazer. Conferiu risco relativo próximo de 2 para desenvolvimento de doença coronariana em homens estudados longitudinalmente. Os homens precisam dobro exercício representa atualização importante dessas conclusões históricas sobre atividade física masculina.
Coorte de enfermeiras confirmou benefícios em mulheres
O estudo conhecido como Nurses Health Study gerou várias investigações sobre estilo de vida ao longo décadas. Confirmando que atividade física está associada à redução da mortalidade cardiovascular em mulheres especificamente estudadas. O acompanhamento de 84 mil enfermeiras por 14 anos definiu critérios de baixo risco coronariano. Praticantes de atividade física moderada ou vigorosa por pelo menos 30 minutos diários foram consideradas.
Já homens finlandeses com maior nível de atividade física ou capacidade aeróbica tiveram associação forte observada. A relação foi gradual e inversa ao risco de infarto agudo do miocárdio nas populações estudadas. Homens que se exercitavam por mais de 2,2 horas semanais tiveram risco reduzido em aproximadamente 70%. Comparados com menos ativos, demonstrando potente efeito protetor da atividade física regular em ambos sexos estudados.
A associação inversa entre atividade física e mortalidade está relacionada provavelmente à melhoria da condição física. Condição cardiovascular e respiratória induzida pela atividade física regular explicam grande parte dos benefícios observados. Estudos avaliaram homens por teste ergométrico em esteira, acompanhando-os por aproximadamente seis anos subsequentes. O objetivo era verificar se capacidade máxima do exercício é preditor independente de risco de morte. Os homens precisam dobro exercício considerando essas evidências acumuladas sobre capacidade física e mortalidade cardiovascular masculina.
Intensidade e duração modulam efeito hipotensor
Algumas variáveis estão relacionadas à modulação do efeito hipotensor observado após exercício físico realizado. Como intensidade do esforço, duração da sessão e tipo específico do exercício praticado regularmente. Dados, embora contraditórios em relação à intensidade e duração ideais, indicaram padrões gerais consistentes. Exercícios de intensidade moderada com duração de quinze a sessenta minutos podem acarretar maior hipotensão pós-exercício.
Estudos mostraram que exercícios realizados de forma intermitente e utilizando maior massa muscular provocaram resultados. Maior hipotensão pós-exercício comparado àqueles executados de forma contínua com mesma carga total de trabalho. Redução dos valores pressóricos, mesmo em sujeitos normotensos, é importante fator para minimizar risco cardíaco. Prática regular de exercícios físicos tem sido amplamente recomendada como estratégia não farmacológica para controle pressórico.
Foi demonstrado em estudo com mulheres e homens idosos entre 60 e 80 anos resultados significativos. Sessão única de exercício dinâmico em forma de caminhada, numa intensidade moderada de 50% a 75%. Reduziu em pouco mais de 20 mmHg os níveis de pressão arterial sistólica no período. Recuperação estendeu-se por até trinta minutos após término do exercício físico praticado pelos participantes. Os homens precisam dobro exercício mas ambos sexos se beneficiam de redução pressórica pós-exercício comprovada.
Inatividade física representa fator de risco predominante
A inatividade física é de longe o fator de risco mais predominante em estudos cardiovasculares contemporâneos. Pessoas que não praticam atividade física arcam com dobro de probabilidade de sofrerem infarto do miocárdio. Comparadas com pessoas fisicamente ativas, essa diferença representa importante problema de saúde pública global atualmente. População brasileira está envelhecendo e simultaneamente tornando-se mais ativa ao chegar à terceira idade observada.
Sabendo que sedentarismo aumenta incidência da hipertensão arterial, atividade física é importante meio de prevenção. Segundo Organização Mundial da Saúde, atividade física é principal recomendação para melhorar qualidade de vida. Mais de um quarto da população adulta mundial, ou cerca de 1,4 bilhões de pessoas. Não era suficientemente ativa em 2016 segundo primeiro estudo da OMS que avaliou globalmente o tema.
Essa população apresenta maior risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, demência e alguns tipos. Conclusão é do estudo que avaliou atividade física global ao longo do tempo sistematicamente em múltiplos países. Pesquisa publicada foi feita em 168 países e incluiu 1,9 milhão de participantes de diferentes continentes. Os homens precisam dobro exercício mas tanto homens quanto mulheres enfrentam epidemia global de sedentarismo preocupante.
Implementação prática das recomendações diferenciadas
Profissionais de saúde podem sugerir mais movimentos baseados no estilo de vida atual e estado de saúde. Geralmente, atividade física moderada é mais fácil de incorporar às rotinas diárias das pessoas. Além disso, geralmente é mais segura para iniciantes sem condicionamento físico prévio estabelecido anteriormente. Atividade vigorosa, às vezes, é mais eficiente em termos de tempo disponível limitado das pessoas.
Pode ser mais adequada para pessoas ocupadas com horários restritos disponíveis para exercício regular planejado. Pesquisadores alertam que todas pessoas devem ter cautela ao iniciarem novos regimes de atividades físicas. Objetivo é prevenir lesões ou eventos adversos agudos, como ataque cardíaco em pessoa sedentária iniciando repentinamente. Exercícios de alto impacto iniciados abruptamente podem representar riscos significativos cardiovasculares para sedentários crônicos.
Descobertas somam-se ao grande corpo de outras evidências, sugerindo que manter quantidade modesta de atividade. Atividade física regular pode ajudar prevenir desenvolvimento de série de condições crônicas, incluindo insuficiência cardíaca. Os homens precisam dobro exercício conforme demonstrado, mas qualquer quantidade de atividade física oferece benefícios.