A NASA divulgou na quarta-feira, 19 de novembro, novas imagens do cometa interestelar 3I/ATLAS. Portanto, trata-se apenas do terceiro objeto vindo de fora do sistema solar já identificado. Além disso, os registros foram capturados por oito missões espaciais diferentes da agência. Consequentemente, cientistas obtiveram perspectivas únicas desse raro visitante cósmico durante sua travessia.
As fotografias revelam o cometa como um ponto luminoso cercado por halo nebuloso. Ademais, algumas imagens mostram uma cauda tênue e alongada. Entretanto, a qualidade varia conforme o equipamento utilizado e a distância de observação. Portanto, pesquisadores agora dispõem de material valioso para análises aprofundadas sobre composição e comportamento.
Múltiplas missões registram fenômeno raro
A sonda Mars Reconnaissance Orbiter capturou as imagens mais detalhadas em alta resolução. Especificamente, a câmera HiRISE registrou o cometa em 3 de outubro de 2025. Naquele momento, o objeto passava a 30,6 milhões de quilômetros de Marte. Consequentemente, o registro mostrou a cauda alongada com partículas ejetadas pelo calor solar.
O rover Perseverance, no solo marciano, também contribuiu para a documentação histórica. Durante oito horas consecutivas, a câmara Mastcam-Z compilou dados enquanto o cometa aparecia. Assim, o 3I/ATLAS surgiu como mancha tênue quando estava a 29,9 milhões de quilômetros. Portanto, esse registro representa marco inédito para observações planetárias terrestres.
A missão Lucy, destinada aos asteroides troianos, flagrou o visitante durante sua trajetória. Similarmente, a sonda MAVEN observou em ultravioleta a camada de hidrogênio ao redor do objeto. Além disso, os satélites PUNCH e o Observatório Solar e Heliosférico SOHO capturaram passagens próximas ao Sol. Entretanto, cada instrumento ofereceu perspectiva única para reconstruir dinâmica completa.
Descoberta desencadeia mobilização científica global
O telescópio ATLAS identificou o 3I/ATLAS inicialmente em 1º de julho de 2025. Localizado no deserto de Atacama no Chile, o equipamento financiado pela NASA detectou movimento incomum. Inicialmente, classificado como asteroide comum, sua velocidade excessiva revelou natureza extraordinária. Portanto, análises posteriores confirmaram órbita hiperbólica característica de origem interestelar.
Observações anteriores ao descobrimento remontam a 14 de junho de 2025. Arquivos de três telescópios ATLAS em diferentes partes do mundo continham registros prévios. Igualmente, a Instalação de Fenômenos Transitorios Zwicky na Califórnia havia capturado o objeto. Contudo, somente após compilação completa a natureza interestelar ficou evidente.
O telescópio espacial Hubble capturou imagem emblemática em 21 de julho de 2025. Quando o cometa estava a 445 milhões de quilômetros da Terra, o equipamento revelou coma. Ademais, a estrutura em forma de lágrima mostrou poeira desprendendo-se do núcleo gelado. Portanto, observações contínuas permitiram estimar tamanho do núcleo com maior precisão.
Características físicas intrigam pesquisadores
Dados coletados até 20 de agosto de 2025 indicam diâmetro do núcleo entre 440 metros e 5,6 quilômetros. Contudo, valor mais provável situa-se abaixo de um quilômetro. Além disso, separar luz do núcleo da coma circundante representa desafio técnico significativo. Portanto, margem de erro permanece relativamente ampla nas estimativas atuais.
O 3I/ATLAS viaja pelo espaço a velocidade superior a 61 quilômetros por segundo. Ademais, essa velocidade está aumentando conforme se aproxima do Sol. Especificamente, o cometa atingiu ponto mais próximo do astro em 30 de outubro de 2025. Portanto, passou a apenas 210 milhões de quilômetros, exatamente dentro da órbita de Marte.
A composição química difere significativamente de cometas solares tradicionais. Enquanto estes liberam vapor d’água abundante, o 3I/ATLAS emite predominantemente dióxido de carbono. Consequentemente, essa característica sugere origem em regiões extremamente frias de outro sistema estelar. Além disso, cauda mais curta e menos brilhante indica processos diferentes de formação.
Observações espectroscópicas revelam idade avançada
A coloração avermelhada da coma assemelha-se a asteroides tipo D e cometas solares. Similarmente, o cometa interestelar 2I/Borisov apresentou tonalidade parecida em 2019. Portanto, compostos orgânicos irradiados na coma provavelmente causam essa cor característica. Entretanto, análises detalhadas da composição química ainda estão em andamento.
Grãos de poeira na coma apresentam tamanhos variados com comportamentos distintos. Partículas pequenas com raio de um micrômetro são ejetadas a velocidades de 22 metros por segundo. Contudo, grãos maiores com raio de 100 micrômetros deslocam-se apenas a dois metros por segundo. Portanto, diferença na velocidade de ejeção reflete propriedades físicas do material original.
Estudo liderado por Matthew Hopkins em julho de 2025 estimou idade do cometa. Com 68% de confiança, pesquisadores calcularam entre 7,6 e 14 bilhões de anos. Essa estimativa baseia-se em idades típicas de estrelas do disco espesso galáctico. Consequentemente, o 3I/ATLAS pode ser mais antigo que o próprio sistema solar.
Trajetória indica origem em disco espesso galáctico
Análise da velocidade de excesso hiperbólico revela pistas sobre origem do visitante. O cometa afastava-se do Centro Galáctico a 51 quilômetros por segundo quando chegou. Ademais, movia-se para cima através do plano galáctico a 18,5 quilômetros por segundo. Portanto, velocidade vertical bastante alta comparada a estrelas próximas indica órbita inclinada.
Essas características dinâmicas sugerem pertencimento à população do disco espesso da Via Láctea. Essa região compõe-se principalmente de estrelas mais antigas com níveis inferiores de elementos pesados. Consequentemente, o cometa carrega informações sobre épocas primordiais da evolução galáctica. Entretanto, rastrear sistema de origem específico permanece extremamente desafiador.
A coma do 3I/ATLAS expandiu-se significativamente durante aproximação solar. Observações do Observatório Vera C. Rubin mostraram crescimento de 13.040 quilômetros em 21 de junho para 18.760 quilômetros em 2 de julho. Portanto, atividade cometária intensificou-se conforme aquecimento pelo Sol aumentou. Além disso, satélite TESS detectou atividade já em 7 de maio de 2025.
Especulações sobre origem artificial são descartadas
Durante paralisação governamental americana entre outubro e novembro, teorias circularam nas redes sociais. O astrônomo Avi Loeb de Harvard sugeriu possibilidade de origem artificial do objeto. Contudo, comunidade científica rejeitou prontamente essa hipótese sem fundamento observacional. Portanto, especulações sobre tecnologia extraterrestre não encontram suporte em dados coletados.
Amit Kshatriya, administrador associado da NASA, tratou de encerrar especulações durante apresentação. Enfaticamente, declarou que todas evidências apontam para origem natural do cometa. Ademais, o objeto comporta-se exatamente como cometa comum ao aproximar-se do Sol. Portanto, não há indícios de propulsão externa ou características artificiais detectáveis.
Tom Statler, cientista-chefe de pequenos corpos do sistema solar, destacou oportunidade científica única. Este objeto representa janela para composição e história de outros sistemas estelares. Consequentemente, pesquisadores estão apenas começando a compreender tipos de perguntas apropriadas. Além disso, cada visitante interestelar amplia conhecimento sobre formação planetária galáctica.
Aproximação máxima da Terra ocorrerá em dezembro
O 3I/ATLAS atingirá ponto mais próximo da Terra em 19 de dezembro de 2025. Especificamente, passará a aproximadamente 270 milhões de quilômetros do planeta. Portanto, distância considerada totalmente segura sem qualquer risco de impacto. Entretanto, momento será crucial para novas observações antes que desapareça definitivamente.
Telescópios de todo mundo estão em alerta máximo para aproveitar oportunidade única. Observatórios terrestres preparam campanhas coordenadas de coleta de dados durante dezembro. Ademais, o telescópio espacial James Webb realizará observações detalhadas de isótopos. Consequentemente, cientistas esperam refinar modelos sobre migrações interestelares comuns na Via Láctea.
A expectativa é que o cometa reapareça no início de dezembro após conjunção solar. Durante outubro, o satélite meteorológico GOES-19 observou o objeto mesmo próximo ao Sol. Além disso, o 3I/ATLAS poderá sublimar conforme libera gases e poeira. Portanto, coma brilhante e cauda mais evidente podem surgir durante essa fase final.
Comparações com visitantes anteriores enriquecem pesquisa
O 3I/ATLAS representa terceiro objeto interestelar confirmado atravessando sistema solar. Anteriormente, ‘Oumuamua foi descoberto em outubro de 2017 causando grande interesse científico. Posteriormente, 2I/Borisov apareceu em agosto de 2019 como segundo visitante conhecido. Portanto, cada novo objeto amplia compreensão sobre diversidade de corpos interestelares.
Diferentemente de ‘Oumuamua, que apresentou forma alongada incomum, o 3I/ATLAS comporta-se claramente como cometa. Sua atividade cometária mostrou-se consistente desde detecção inicial em julho. Ademais, liberação de gases e formação de coma seguem padrões esperados. Contudo, composição química distinta revela diferenças fundamentais entre sistemas estelares.
Pesquisas futuras beneficiarão enormemente dos dados coletados durante essa passagem histórica. Comparações detalhadas com cometas solares revelam variações em volatilidade e estrutura. Igualmente, maior fração de dióxido de carbono indica zonas de formação distantes de estrelas jovens. Portanto, o 3I/ATLAS fornece amostras virtuais de sistema planetário mais antigo.
Rede global de detecção prepara-se para futuros visitantes
Astrônomos preveem contribuições significativas para modelos de exoplanetas habitáveis. Entender composição de blocos construtores planetários em diferentes sistemas refina buscas. Consequentemente, o estudo reforça importância da rede global de detecção. Além disso, preparação adequada permite resposta rápida quando surgem visitantes semelhantes.